Mauro Rogério Silva Dos Santos é advogado em Caxias do Sul, RS. Pai zeloso, Mauro foi buscar como sempre que podia, seu filho na faculdade às 22:00 horas, na cidade Caxias do Sul, com quase 500 mil habitantes e uma população de 88% de brancos, segundo dados do IBGE. Mauro Rogério dos Santos, é negro.
Mauro só deseja, como parece demonstrar em sua foto postada hoje, viver em tranquilidade como a maioria dos cidadãos brasileiros. Ele quer como qualquer um que seus direitos civis e humanos e que a integridade de sua dignidade não seja tocada pelos cacetes de cada guarda de esquina.
Vivemos um momento em que a violência da polícia contra todos os cidadãos brasileiros saltam aos olhos e, já se tornaram banais, as notícias sobre os milhares de assassinatos anuais feitos pelas polícias estaduais, que ganharam o eufemístico nome de “EXECUÇÕES EXTRAJUDICIAIS”.
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São execuções que podem ocorrer até em uma simples batida policial em um controle de trânsito. Temos a impressão que cada policial brasileiro, recebeu a permissão de bater e matar, quando achar por bem ou lhe der na veneta.
Mauro Rogério Silva dos Santos é negro. Ser advogado não contou na hora em que tentou conversar com policiais no exercício de sua profissão, quando ao caminhar para buscar seu filho, foi solicitado a atender pessoas que nem conhecia e estavam sendo presas em uma manifestação contra o governo Temer.
O advogado levou foi porradas de cassetetes nas pernas, na cabeça, por todo o corpo e foi derrubado no chão.
Seu filho que veio em seu socorro e chutou um policial que batia em seu pai já caído no chão, foi afastado da cena brutal, por um terceiro policial que mirou, atirou e felizmente não lhe acertou um tiro de escopeta.
O negro advogado e seu filho, por sorte, não entraram nas estatísticas dos quase 60 mil mortos anualmente no Brasil, dos quais 2/3 são negros. 2/3 equivalem a 40 mil negros assassinados no Brasil por ano. E no mínimo, só para ficar na memória de nossos leitores.
Mauro Rogério Dos Santos mostrou coragem civil. Agiu como advogado que cumpriu seu juramento, ao sair em defesa de pessoas que nem conhecia, mas que eram alvo de uma ação policial. Não nos esqueçamos que está na constituição que todo cidadão tem direito a um advogado. Saiba mais
Mauro Rogério foi além na sua coragem ao denunciar para o país o que aconteceu com ele e seu filho. Demonstrou coragem e colocou em risco a sua vida, pois todos nós sabemos, como funcionam os esquadrões da morte corporativos das polícias estaduais, que são reflexos de um câncro de mortes e execuções que nenhum governo cuidou em extirpar, desde o fim da ditadura civil-militar.
Agora querem matar o advogado negro Mauro Rogério e seu filho. Os algozes não tem nem mais o pudor ao publicarem ameaças em seus perfis ( o serviço de controle de crimes na internet do MPF, pode e deve investigar a veracidade e processar os autores).
Os nomes dos que ameaçam ao advogado são Cássio Murilo e Rafael Farias, como denunciou em seu perfil no Facebook, o advogado Mauro Rogério dos Santos:
“Sempre agradecendo a solidariedade, venho informar que na data de ontem, fiz a entrega do relato dos acontecimentos do dia 31/08 à Ordem dos Advogados do Brasil.O ato de recebimento contou com a presença do presidente da OAB Nacional, Sr. Cláudio Lamachia; secretária-geral adjunta da OAB/RS, Maria Cristina Carrion Vidal de Oliveira; coordenadora geral da Comissão de Direitos Humanos, Neusa Rolim Bastos; membros da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e da Valorização da Advocacia, Domingos Henrique Baldini Martin e Luiza Felipe Mallmann de Magalhães; a vice-presidente da subseção Caxias do Sul, Verusca Buzelato Prestes; e Comissão de Defesa das Prerrogativas local.Na ocasião, ficou consolidado o firme compromisso em cobrar a imediata apuração de todos os fatos, punição rigorosa de todos os envolvidos, sempre com respeito ao devido processo legal e direito de defesa. Após, o presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, se reuniu com o comando da Brigada Militar local, onde colocou a necessidade de uma agilidade e esclarecimento para apurar os fatos e condutas dos envolvidos.”
Artigo originalmente publicado no site Mamapress pelo jornalista Marcos Romão
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