A médica e ex-BBB Thelma Assis, a Thelminha participou do “E aí, Beleza?”, da Universa Uol e falou sobre rituais de beleza, transição capilar, vida de influencer, preconceito na internet e cultura do cancelamento.
A médica que já tem mais de 6 milhões de seguidores no Instagram contou como é ser uma influenciadora. “Ser mulher preta na internet tem seu diferencial, né? O cancelamento para gente é duas vezes maior porque às vezes acontece alguma coisa que eu nem estou envolvida, mas a pessoa dá um jeito de lembrar o meu nome para poder ir falar de mim e me julgar”, disse Thelminha, vencedora do BBB20. “Até hoje tem gente que questiona a minha vitória e coloca na caixinha da mulher preta. ‘Só ganhou porque é preta, ganhou porque as pessoas tinham dó’. As pessoas gostam sempre de subestimar”, refletiu.
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Como muitas pessoas públicas, Thelminha já se deparou com situações de cancelamento na internet, como quando foi para uma ilha com Manu Gavassi, Rafa Kalimann e Bruna Marquezine durante a pandemia. “Esse tipo de gente que fala que está cancelando, na verdade não está cancelando. Está colocando para fora o racismo, o machismo, o preconceito, o ódio, entendeu?”, apontou.
Sobre hábitos relativos à beleza, Thelma revela que não é muito boa em se automaquiar e que antes da fama fazia maquiagem a caminho do trabalho, mas com a paramentação do hospital não durava muito. Quando se tornou pessoa pública isso mudou. “Hoje eu tenho que me maquiar às 8h e passar o dia inteiro filmando e gravando. Tem um item na minha necessaire que eu não consigo abandonar (…) é o lápis de olho. Eu uso muito lápis de olho preto. Me acho bonita assim e isso que é o importante”, contou.
Ostentando volumosos cabelos crespos, Thelminha falou sobre a ausência de referência na infância e a importância de assumir o cabelo natural. “A transição capilar para mim foi uma libertação. Passei muitos anos sem referência. As meninas pretas não tinham nenhuma referência de boneca. Então como era difícil na minha época ter uma boneca preta, então a boneca bonita que eu tinha era lourinha, do olhinho verde e com cabelo liso. Eu ia para escola, minha mãe fazia trança em mim, ou maria chiquinha ou trança única, então a gente aprende que nosso cabelo solto não é bonito. Com 12, 13 anos eu já quis alisar porque minha mãe alisava, minha vó alisava, porque minhas tias alisavam”, disse a médica anestesiologista. “Quando eu decidi fazer a transição capilar, a minha coragem veio da internet. Sempre gosto de falar isso nas entrevistas que eu dou, para valorizar as influenciadoras, mulheres pretas, cacheadas, crespas que falaram ‘gente, vamos nos unir porque nosso cabelo é bonito’. As pessoas que não vivem isso não tem noção do quanto essa representatividade é importante” , declarou.
Thelminha, que esteve em peças publicitárias da Avon e do Mc Donalds, entende que a representatividade das marcas precisa ir além de colocar pessoas negras em seus comerciais. “Essa marca tem que ter um compromisso também de contratar pessoas pretas em todos os cargos da empresa, porque só assim essa marca estará tendo uma postura antirracista de vencer um racismo estrutural da sociedade”, afirmou.
Thelminha, casada há 12 anos com o fotógrafo Denis Santos, foi adotada quando criança e nutre o desejo de adotar uma criança. Ela contou em entrevista que já se cadastrou no site e está no início de um processo muito importante. “Se eu não tivesse sido adotada eu nao sei onde eu esataria hoje”, concluiu.
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