
Por Vivi Elias Moreira
Já nos rotularam como resistência. Já nos rotularam como meninas-mulheres da pele preta. Já nos rotularam como as desejadas. Raríssimas vezes nos rotularam como as capazes. Raríssimas vezes nos rotularam como as inteligentes. Raríssimas vezes nos rotularam como as “promovidas”. Raríssimas vezes nos rotularam como as premiadas. Raríssimas vezes nos rotularam como padrões de beleza. Quem somos hoje, de forma coletiva, como mulheres pretas? O 25 de julho de 2025, o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha não é somente um marco para reforçar a exaustão de sempre ter que lutar. É também um lembrete carinhoso (e teimoso) de que também podemos ressignificar a liberdade de ser quem nós somos.
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Ressignificar a liberdade de ser quem somos como mulheres pretas de forma coletiva em um momento de nossa história em que retomamos a necessidade de voltar a falar sobre o que é obvio para desatar os nós da culpa e da obrigação de performar força o tempo todo. Sim, ainda há boletos, racismo e reuniões que poderiam ser e-mails, mas também há redes de afeto, trocas sinceras e autoestima sendo construída em pequenos gestos. A liberdade de ser quem nós somos agora tem playlist própria e, às vezes, até tem terapia em dia. É um exercício cotidiano de dizer sim ao que expande e não ao que corrói. Me permito dizer que a resposta para a minha pergunta segue mais ou menos esta linha: ser mulher preta em 2025 é mais do que sobreviver ao caos com humor e afeto, é também desenhar possibilidades e rotas para que mais mulheres pretas tenham mais possibilidade de sorrir do que ter gatilhos em uma segunda-feira qualquer.
Claro que ainda nos olham com desconfiança em muitos espaços. Conheço muitas mulheres pretas que ressignificaram quem elas são em 2025, observando se as escolhas profissionais ou pessoais que fizeram ao longo da sua vida eram realmente sobre elas ou sobre exigências e expectativas que outros ou o sistema tinham sobre elas. Em 2025 a liberdade também mora na escolha de ser quem se é, mesmo que isso signifique mudar de ideia no meio do caminho. Porque uma coisa é fato: ser mulher preta não é ter um roteiro fixo, é viver em uma série com várias temporadas, com plot twist, em busca de um final com descanso e feliz (ou pelo menos com menos drama e dores na temporada de 2026).
Se você ainda se pergunta o que celebrar, comece se perguntando o que precisa deixar para trás. Se dê um abraço, daqueles que a gente recebe de mãe ou de um afeto naquele dia chuvoso com direito a bolo e conselhos. Olhe ao redor, fortaleça outras mulheres pretas, crie novos espaços e uma playlist para a ressignificação, porque 2026 já está logo ali e com um pouco mais de cuidado e coragem, talvez seja o ano em que a liberdade de ser vire finalmente o nosso ponto de partida ou de recomeço, sem esquecer que a tecnologia viabiliza acessos, mas nem tudo que brilha na tela é conexão real. Hoje a gente sabe que tem filtro que engana, algoritmo que apaga e I.A. que ainda não entendeu o valor da existência preta. Só não esquece de dar mais like em você mesma do que no que os outros esperam que você seja. Desconectar também é liberdade. Só cuidado pra não dar match com quem ainda não aprendeu a respeitar mulheres pretas fora da bolha.
Nem sempre é fácil e, possivelmente nunca será, mas seguimos criando brechas em nossas barreiras diárias. Em 2026, que o mundo nos reconheça e que acima de tudo a gente nunca mais se esqueça de quem é. Que em 2026 a nossa ressignificação venha com leveza, playlist boa e um cabelo hidratado se não a gente nem sai de casa! Que a nossa liberdade floresça mesmo nas rotinas mais duras e que viver para mulheres negras não seja somente a exceção, mas se torne a regra.
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