Homenageando intelectuais negras, a Vogue Brasil celebra os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 com uma nova capa-obra pintada pelo artista plástico Elian Almeida. “Quis recriar a famosa foto ícone de 22, que agrupou nomes como Manuel Bandeira, Graça Aranha, Oswald de Andrade e outros 13 intelectuais do Modernismo”, explicou o artista. Diferente da elite branca que tomava para si o centro das atenções há 100 anos, a arte, para Elian, é composta por intelectuais negras, a quem homenageia em sua nova produção. Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus, Beatriz Nascimento, Maria Auxiliadora da Silva e Djamila Ribeiro são os nomes que o artista escolheu pintar na tela que estampa a Vogue de Fevereiro.
Natural de Duque de Caixias, Elian é graduando em Artes Visuais no Instituto de Artes da UERJ e cursa o último ano de licence em Cinema e Audiovisual no departamento de artes e médias da Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3. O artista brasileiro combina diferentes técnicas e práticas artísticas, como fotografia, vídeo, instalação, performance e a pintura. Classificado como um dos jovens mais promissores da atual arte brasileira, Elian tem um trabalho que busca dar protagonismo a personagens negros da história do Brasil.
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“Essa é uma capa histórica porque situa a importância das mulheres negras na História do Brasil – e não apenas para o povo negro. Faltaram sujeitos negros, mulheres e indígenas como protagonistas do movimento modernista. Estar ao lado dessas mulheres me deixa muito honrada porque faço parte do caminho que todas elas pavimentaram”, declara Djamila Ribeiro à Vogue Brasil.
“Ter uma revista como a Vogue recuperando o legado do centenário da Semana de Arte Moderna, trazendo um jovem artista negro para conceber a capa é muito significativo. Talvez há 15 anos isso fosse impensável. É uma reviravolta até para se pensar o que é considerado como arte brasileira”, comenta Conceição Evaristo ao editorial da Vogue.