Não é de hoje, e também não é só na plataforma do TikTok, que jovens negros criadores de conteúdo são atacados. A rede social TikTok teve um crescimento de usuários em 2019 e, agora, em tempos de pandemia da Covid-19, virou uma sensação por ser bem simples de usar e permitir uma edição rápida de vídeos de até 1 minuto, com a opção de incluir música.
De acordo com a consultoria Sensor Tower, que monitora o mercado de aplicativos móveis, no último quadrimestre de 2019 foram 219 milhões de instalações, a melhor marca desde 2016, fechando o ano com quase 740 milhões de instalações. A consultoria estima que a rede tem 1,65 bilhão de usuários. No ano passado, a rede, que foi criada na China, superou o Instagram e o Facebook em total de novas instalações.
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Em março desse ano, o portal Intercept divulgou documentos inéditos que mostram que o TIKTOK instruiu seus moderadores a esconderem vídeos que mostrassem pessoas consideradas “feias”, deficientes e até casas consideradas “pobres”. São documentos inéditos e que foram utilizados na empresa até pelo menos meados do segundo semestre de 2019.
Durante o Mês da Consciência Negra, como forma de valorizar e celebrar o engajamento dos criadores negros, o TikTok lançou a campanha #MinhaVozImporta, para promover conteúdos e fortalecer novas narrativas negras. A plataforma convidou seus criadores a compartilharem conteúdos artísticos com as hashtags #MinhaArteImporta, valorizando a música, a arte, o humor, a fotografia, a dança e todos os outros tipos de expressão, além de atividades “Faça você mesmo”.
Agora, em dezembro, as questões raciais continuam permeando o aplicativo. Dessa vez, diretamente entre usuários. E garotas negras continuam a ser atacadas por produzir conteúdo dentro da plataforma.
Nesta semana um tutorial da criadora de conteúdo Victoria Mostaph tomou notoriedade depois que uma garota branca reproduz o tutorial em que ela indica apenas para mulheres negras.
Além do vídeo, que foi reproduzido de forma sarcástica, Victoria recebeu inúmeras mensagens com ataques racistas, uma delas dizia que a jovem deveria estar no lugar de George Floyd:
Passado todos esses meses, é bom lembrar que somos negros o ano inteiro e que produzimos conteúdos – não só sobre racismo – o ano inteiro e por fim, queremos ser respeitados todos os dias do ano, não só por um mês.