Um estudo conduzido pela Universidade de Michigan indica que critérios de seleção de participantes podem ter levado à subestimação do início precoce da menopausa em mulheres negras e hispânicas. Segundo os pesquisadores, a exclusão dessas populações impactou as conclusões do estudo nacional SWAN (Study of Women’s Health Across the Nation), que investiga a saúde na meia-idade e a transição da menopausa.
Publicado no International Journal of Epidemiology, o estudo aponta que a teoria do “intemperismo” (weathering) pode explicar parte do problema. Desenvolvida pela professora Arline Geronimus, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, essa estrutura teórica sugere que o estresse crônico e fatores sociais adversos contribuem para o desgaste precoce da saúde em populações historicamente marginalizadas.
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A pesquisadora Alexis Reeves, atualmente na Universidade de Stanford, analisou os dados do SWAN e identificou que mulheres negras e hispânicas atingem a menopausa cerca de 1,2 anos antes das mulheres brancas quando se leva em conta a exclusão causada pelo desgaste físico e social. O estudo original do SWAN não havia identificado diferenças raciais significativas na idade da menopausa.
“As implicações dessas descobertas são incrivelmente importantes para entender o verdadeiro impacto das disparidades raciais na saúde da mulher”, afirmou Siobán Harlow, professora emérita de epidemiologia e autora sênior do estudo.
Segundo os pesquisadores, os critérios de elegibilidade dos estudos podem ser um fator determinante na exclusão de minorias raciais e devem ser reavaliados em pesquisas futuras. “Contabilizar vieses de seleção permitirá compreender melhor e combater os efeitos negativos dessas disparidades na saúde”, disse Harlow.