Segundo o plano publicado pelo governo estadual de SP, a população quilombola participaria do grupo prioritário máximo ao lado dos profissionais de saúde e indígenas, contudo, o novo calendário de vacinação mostrou que as mais de 50 comunidades quilombolas de SP não tinha mais data para o início da vacinação.
No final de 2020, quando foi divulgado oficialmente pelo Ministério da Saúde, o Plano Nacional de Imunização incluía quilombolas, comunidades tradicionais ribeirinhas, pessoas privadas de liberdade e trabalhadores do transporte coletivo nos grupos prioritários a serem vacinados.
Notícias Relacionadas

Os quilombolas, assim como os indígenas, são historicamente alvo prioritário de campanhas de vacinação no Brasil. Isto ocorre porque diversos indicadores de saúde são piores nessas populações.
Além disso, o acesso ao sistema de saúde é dificultado, o que aumenta ainda mais a vulnerabilidade destes grupos no enfrentamento da pandemia, segundo o professor Hilton Silva, coordenador do Laboratório de Estudos Bioantropológicos em Saúde e Meio Ambiente (LEBios) da Universidade do Pará (UFPA).
Apesar de estarem no calendário de vacinação, ao entrar em contato com o governo estadual os responsáveis pelos grupos quilombolas tiveram que ouvir que “o ministério da saúde retirou”.
Organizações como a Equipe de Articulação e Assessoria às Comunidades Negras (Eaacone), que reúne quilombos do Vale do Ribeira, lutaram e divulgaram a notícia para que o governo fosse rever a decisão, e a população quilombola seja incluída no grupo prioritário já na primeira fase da campanha, como estava previsto inicialmente.
Apesar da falta de dados oficiais, especialistas em saúde coletiva afirmam que, nacionalmente, a taxa de mortalidade da doença é maior nesses grupos, principalmente por conta do acesso precário aos serviços de saúde.
O governador de SP, João Dória, publicou um twitter no qual falava que o governo federal que retirou os quilombolas do grupo prioritário, sem dar nenhuma explicação para isso, e que, eles já foram atribuídos novamente ao grupo. Essa explicação foi dada após diversas criticas sobre o assunto.