Texto do nosso parceiro Criando Crianças Pretas
Edição: Silvia Nascimento
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Foto: A imagem da modelo infantil da H&M em foto que causou polêmica pela finalização do cabelo dela.
Que memórias veem à sua cabeça quando você se lembra dessa frase?
Não dá para continuarmos reproduzindo isso. Esse tipo de comentário, muitas vezes, resulta em um caminho trágico: a química capilar aos 8, 7 e até 6 anos de idade. Já que a criança cresce odiando o próprio cabelo.
Vamos pensar: nossa sociedade é racista e nossos padrões de beleza são colonizados e embranquecidos, isso significa que ficam o tempo todo fazendo com a gente tenta caber numa coisa que nunca seremos (e que nem queremos ser): pessoas brancas.
Vamos descolonizar a nossa forma de olhar para o que é belo, então, proponho aqui a reflexão sobre as próximas frases.
O que significa para você arrumar o cabelo ou estar com o cabelo arrumado?
Será que nossos cabelos cacheados e cheios de curvas e caracóis nasceram para serem penteados?
Será que nossos cabelos, RESISTENTES como são, assim como nossos antepassados, devem ficar para baixo?
A palavra D E S E M B A R A Ç A R serve para o nosso estilo capilar?
Que imagem vem a sua cabeça quando se fala “cabelo sedoso”?
Fico pensando sobre quantos padrões repetimos o tempo todo em nossas palavras, comportamentos e estilos, mas que não nos servem e nunca nos servirão para nada. Na verdade, servem para causar mais sofrimento.
Para não sermos nós, os reprodutores do racismo com nossos próprios filhos, eu proponho uma mudança de discurso com as nossas crianças: Em vez de “vá arrumar esse cabelo, menina”… Possa haver “venha cá, deixa eu fazer um carinho nesse cabelo macio”.
Em vez de “hora de desembaraçar o cabelo”… Possa haver “vamos nutrir seu cabelo com hidratação, para ele continuar forte e macio”,
Em vez de “nossa seu cabelo é muito difícil de lidar”…. Possa haver “seu cabelo é lindo, herança dos nossos antepassados, símbolo de força e resistência”.