Mãe de dois e madrasta de uma, como ela mesma descreve em sua biografia do Instagram, a jornalista e escritora Maíra Azevedo, também conhecida como Tia Má, tem refletido sobre o impacto da educação positiva na criação de crianças negras. Para ela: “Educar com afeto e respeito é uma forma de desarmar as violências diárias que a sociedade impõe ao nosso povo”, afirma ela.
A educação positiva consiste em uma abordagem não punitiva que busca fortalecer o relacionamento entre pais e filhos por meio de respeito, empatia e autonomia. Fundamentada no encorajamento e no exemplo, em vez de punições ou chantagens, ela respeita os sentimentos das crianças, evitando agressões físicas ou morais, que podem causar danos psicológicos. Embora tenha regras claras e limites, promove o aprendizado por meio do diálogo e do respeito mútuo. Diferente do modelo tradicional que alterna entre punição e permissividade, a educação positiva equilibra firmeza e gentileza. Apesar de enfrentar críticas por romper padrões antigos, as discussões sobre a importância de uma criação que não está pautada no castigo e na violência tem sido amplamente proposta por mães que criam conteúdos para as redes sociais.
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“No passado, nossos antepassados eram ensinados a corrigir os filhos com rigor, mas agora sabemos que, para as crianças negras, a autoestima e a segurança emocional são tão importantes quanto a disciplina”, lembrou Tia Má. “A educação positiva é uma resistência, pois educar com gentileza e respeito é também construir um lugar de força. Precisamos ensinar nossas crianças que merecem o amor e o cuidado, e que são capazes de mudar o mundo. A educação positiva com crianças pretas é revolucionário. Precisamos assegurar que nossas crianças tenham a certeza que o respeito é um direito”, complementa.
Recentemente, Tia Má compartilhou nas redes sociais um registro do filho mais velho, Aladê Koman, andando de ônibus durante uma viagem de intercâmbio em outro país. Na legenda, a jornalista celebrou a conquista e relembrou os momentos de dificuldade financeira que viveu com o filho: “Oi filho…lembra do telhado caído? Da gente comendo soja porque mamãe não tinha dinheiro para comprar carne? Da gente tomando banho com apenas uma garrafa de dois litros de água? E da infestação de pombo, que não deixava a gente dormir? Então…como eu sempre te disse, a educação é a arma mais potente para transformar nossa realidade! Hoje, é o primeiro dia de aula do seu intercâmbio e é mais um sonho que realizamos sem nem a gente ter sonhado! Como eu sempre te disse…passarei noites sem dormir, sem pregar meus olhos para que vc e sua irmã possam realizar todos os sonhos que tiverem! Que vc nunca esqueceu de onde veio, mas que tenha certeza que pode ir para qualquer lugar do mundo e sua mãe estará contigo! Te amo”, escreveu.