O espetáculo “Defeito’s de Família”, após sucesso de público na última temporada, volta à cena de 29 de agosto até 1º de setembro, sendo quinta e sexta às 19 horas, e sábado e domingo às 18 horas, no Teatro Gregório de Mattos, localizado na Praça Castro Alves, em Salvador. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). No feriado da Independência do Brasil, o grupo pega a estrada. Nos dias 7 e 8 de setembro, a equipe fará a peça no Cine Theatro Cachoeirano, em Cachoeira, Bahia.
A direção é de Maurício Pedreira, e apresenta uma atualização do clássico de 1870, do autor França Júnior, ao deslocar a história da família Novais para Salvador em pleno século XXI, e propõe a reflexão sobre questões da previdência social, desmatamento para construção do BRT, “jeitinho brasileiro”, entre outros temas. Com banda ao vivo em cena e gargalhadas garantidas, o espetáculo se desenvolve através de um segredo que envolve um “defeito” de Josefina (Jéssica Marques). Tal problema direciona as ações e comportamentos do enredo.
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Na história, Matias (Alan Luís) é um capitão de cavalaria que espera a visita de Arthur de Miranda (Vinicius Caires), um jovem baiano de Feira de Santana, filho de um rico fazendeiro, com quem pretende unir sua filha Josefina por meio dos laços da Santa Madre Igreja. Porém, a jovem esconde as visitas de André Barata (Júnior Moreira Bordalo) e este segredo que compartilha apenas com sua mãe, Dona Gertudres (Lailane Dórea). O atrapalhado criado estrangeiro, Ronald (Kaio Douglas), xodó de Senhor Matias, descobre as visitas secretas e, julgando erradamente, resolve dar fim a esta “pouca vergonha” tramando um plano para desmascarar as mulheres da casa. Finalmente, depois de inúmeros e divertidos eventos será descoberto qual é o defeito que tanto constrange o núcleo familiar.
Segundo o diretor, a motivação de revisitar o texto surgiu da vontade de entender quais eram os seus defeitos e quais “defeitos” que foram impostos pela sociedade em sua família. “A inquietação seguiu ao estudar a obra de França Júnior e perceber a luta do autor ao denunciar em seus trabalhos os benefícios que os estrangeiros, primeiro-mundistas, tinham no Brasil colonial em contraste aos próprios brasileiros que aqui viviam e também as lambanças que a família real portuguesa aprontava nestas terras tropicais. Logo percebi um link direto de 1870 com os tempos atuais. Os anos passaram e a nossa evolução ainda é pequena referente aos costumes que tínhamos. Essa obra vem para friccionar estes conceitos e quem sabe buscarmos a evolução social a partir do teatro com o rompimento dos rígidos alicerces que foram construídos pelo colonialismo conservador”, desejou.