Mundo Negro

Shenia Kalrsson, psicóloga do “Ilhados Com a Sogra”, aponta que tensionar conflitos pode ser caminho para resoluções

Foto: Marcos Serra Lima/Netflix

A segunda temporada do reality show “Ilhados Com a Sogra” estreou na Netflix no dia 2 de janeiro de 2025 e já está promovendo debates nas redes sociais pelos conflitos vivenciados entre os integrantes das famílias participantes. As divergências entre noras, sogras e genros parecem, em muitos casos, parecem distantes de terem alguma resolução, mas eles podem ser melhor entendidos com o auxílio de um profissional. Nesse caso, com a mediação da psicóloga Shenia Kalrsson.

De volta à nova temporada, Kalrsson concedeu uma entrevista para o Mundo Negro e destacou que para que um ambiente de conflitos se transforme em um espaço seguro e de confiança “é preciso estabelecer o bom senso e entender a preciosidade das palavras e a destruição que muitas palavras causam”. Ela pontua que “confrontar os temas que tem sido empurrados para baixo do tapete” está entre os principais gatilhos que geram conflitos.

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“Nosso intuito é trazer à tona para que através da tensão surjam com eles as resoluções. A mediação de conflito não possui somente um caráter apaziguador, muitas vezes é necessário tensionar para ver o que produzimos a partir dos tensionamentos”, revela a psicóloga, que é Especialista em Diversidade e Mediação de Conflitos Raciais há quase 15 anos.

Shenia Karlsson (psicóloga) e Fernanda Souza (host) com o elenco de Ilhados com a Sogra 2 | Fotos: Marcos Serra Lima/Netflix © 2024

Diferente do que acontece no sigilo dos consultórios, no reality os conflitos familiares costumam ser intensificados e estão expostos para um grande público. Os participantes lidam com a pressão psicológica causada pelo ambiente de competição, já que também estão concorrendo a um prêmio de R$ 500 mil. Nesse contexto, a psicóloga conta que precisa adaptar as estratégias de mediação para protegê-los.

“Pegamos emprestado alguns fundamentos dos processos de mediação familiar, aqueles que tem aplicabilidade num contexto dessa natureza, pois não podemos esquecer que é um reality, onde há exposição em massa. Tudo é feito para proteger o máximo os participantes sem abrir mão de extrair o fundamental para eles”, conta Shenia Kalrsson.

Questionada sobre qual é o primeiro passo que uma família deve dar para transformar um ambiente de conflitos em um espaço de diálogo e confiança, a psicóloga destaca: “Enquanto mediadora familiar, destaco a comunicação disfuncional como o ponto mais nevrálgico. Percebo que não estamos construindo uma cultura de etiqueta familiar, em que os papéis estejam bem definidos, os lugares bem estabelecidos e o respeito como algo fundamental. Há muitas formas de nos comunicar e a depender da forma, é possível abordar qualquer assunto, desde que haja escuta ativa e generosidade. Agora, existem coisas que não devem ser faladas, nem de pais para filhos, filhos para os pais, noras e genros para a sogras e vice versa. É preciso estabelecer o bom senso e entender a preciosidade das palavras e a destruição que muitas palavras causam”.

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