A segunda temporada do reality show “Ilhados Com a Sogra” estreou na Netflix no dia 2 de janeiro de 2025 e já está promovendo debates nas redes sociais pelos conflitos vivenciados entre os integrantes das famílias participantes. As divergências entre noras, sogras e genros parecem, em muitos casos, parecem distantes de terem alguma resolução, mas eles podem ser melhor entendidos com o auxílio de um profissional. Nesse caso, com a mediação da psicóloga Shenia Kalrsson.
De volta à nova temporada, Kalrsson concedeu uma entrevista para o Mundo Negro e destacou que para que um ambiente de conflitos se transforme em um espaço seguro e de confiança “é preciso estabelecer o bom senso e entender a preciosidade das palavras e a destruição que muitas palavras causam”. Ela pontua que “confrontar os temas que tem sido empurrados para baixo do tapete” está entre os principais gatilhos que geram conflitos.
Notícias Relacionadas

“Nosso intuito é trazer à tona para que através da tensão surjam com eles as resoluções. A mediação de conflito não possui somente um caráter apaziguador, muitas vezes é necessário tensionar para ver o que produzimos a partir dos tensionamentos”, revela a psicóloga, que é Especialista em Diversidade e Mediação de Conflitos Raciais há quase 15 anos.
Diferente do que acontece no sigilo dos consultórios, no reality os conflitos familiares costumam ser intensificados e estão expostos para um grande público. Os participantes lidam com a pressão psicológica causada pelo ambiente de competição, já que também estão concorrendo a um prêmio de R$ 500 mil. Nesse contexto, a psicóloga conta que precisa adaptar as estratégias de mediação para protegê-los.
“Pegamos emprestado alguns fundamentos dos processos de mediação familiar, aqueles que tem aplicabilidade num contexto dessa natureza, pois não podemos esquecer que é um reality, onde há exposição em massa. Tudo é feito para proteger o máximo os participantes sem abrir mão de extrair o fundamental para eles”, conta Shenia Kalrsson.
Questionada sobre qual é o primeiro passo que uma família deve dar para transformar um ambiente de conflitos em um espaço de diálogo e confiança, a psicóloga destaca: “Enquanto mediadora familiar, destaco a comunicação disfuncional como o ponto mais nevrálgico. Percebo que não estamos construindo uma cultura de etiqueta familiar, em que os papéis estejam bem definidos, os lugares bem estabelecidos e o respeito como algo fundamental. Há muitas formas de nos comunicar e a depender da forma, é possível abordar qualquer assunto, desde que haja escuta ativa e generosidade. Agora, existem coisas que não devem ser faladas, nem de pais para filhos, filhos para os pais, noras e genros para a sogras e vice versa. É preciso estabelecer o bom senso e entender a preciosidade das palavras e a destruição que muitas palavras causam”.