Mundo Negro

‘Salões especializados enfrentam desafios de rentabilidade e visibilidade’, afirma CEO do Studio PantherBlack”

O mercado de cabelos naturais, voltado para crespos, cacheados e ondulados, tem ganhado destaque no Brasil, impulsionado por um movimento de valorização da identidade e da autoexpressão. No entanto, salões especializados ainda enfrentam desafios para se manterem rentáveis e alcançarem um público mais amplo, segundo Kelly Barbosa, CEO do Studio PantherBlack, espaço referência no setor, localizado na Vila Mariana, em São Paulo.

Um dos principais obstáculos para salões especializados, muitos deles liderados por pessoas negras, segundo Kelly, é a concorrência e a falta de visibilidade. “Muitos salões especializados em cabelos naturais têm dificuldade em alcançar um público mais amplo e manter a rentabilidade. Acredito que os salões especializados em cabelos crespos e cacheados enfrentam desafios para manter a rentabilidade devido à concorrência e à falta de visibilidade.”, explica. Apesar disso, o Studio PantherBlack registrou um crescimento de 26,17% no faturamento entre 2020 e 2024, atingindo um total de R$ 5,1 milhões no período.

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Mesmo diante dos desafios, o Brasil se mostra promissor no mercado de cabelos naturais, considerando que 70% dos cabelos no país são cacheados, de acordo com dados de uma pesquisa do Instituto Beleza Natural, em parceria com a Universidade de Brasília. Além disso, dados de uma pesquisa realizada em 2017 pelo Google BrandLab mostram que a busca de cabelos cacheados na plataforma foi maior do que a de cabelos lisos. Apresentando ainda um crescimento de 309% na busca por para cabelos afros: “A tendência atual é usar o cabelo com menos concentração de creme de pentear, enquanto cresce o foco em uma rotina de cuidados semanais eficazes. Cada vez mais, as clientes buscam alternativas práticas sem abrir mão da saúde capilar”, destaca a especialista ao analisar as tendências mais fortes têm observado no cuidado e estilização de cabelos naturais.

Capacitação e inovação

Para lidar com a diversidade de texturas e tipos de cabelos, o Kelly Barbosa conta que o Studio investe na capacitação de profissionais, com a oferta de “dois cursos anuais, além de apoiar a capacitação individual dos profissionais de acordo com suas especialidades, como cursos para coloristas, por exemplo”, explica Kelly. Além disso, o estúdio planeja se tornar um espaço colaborativo (coworking) nos próximos anos, permitindo que outros profissionais atuem em um ambiente preparado para o crescimento de suas carreiras.

Desafios para consumidoras e profissionais especializados

Em agosto de 2024, o estudo “Cabelos Sem Limites, Como Nós”, realizado pelo Instituto Sumaúma e RPretas, mostrou que 55% das mulheres negras entrevistadas veem seus cabelos como parte essencial da identidade, e 8 em cada 10 consideram seus fios uma ferramenta vital de autoexpressão. No entanto, 70% delas ainda se sentem pressionadas a alisar os cabelos, enquanto 96% acreditam que o movimento de transição capilar está em crescimento.

A informação reflete uma realidade que ainda é desafiadora, mas que encontra na determinação de profissionais especialistas um caminho para uma mudança quase que total de cenário: “Eu construí um espaço que nunca foi cogitado por mim, nem esperado por outras pessoas. O Studio Pantherblack é sinônimo de expansão. Acredito que o diferencial sempre foram minhas intenções em inovar nos serviços, e esse movimento também colaborou para o novo modelo de negócio, que conversa com as demandas atuais”, finaliza Kelly.

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