A nova série documental da Apple TV+, ‘The Super Models‘, estreou nesta quarta-feira (20), com quatro episódios inéditos, trazendo Naomi Campbell, Cindy Crawford, Linda Evangelista e Christy Turlington Burns para falarem sobre suas vidas e carreiras.
No terceiro episódio, Campbell, 53, desabafa sobre os desafios que teve devido ao racismo no início da carreira. Ela ficou rotulada como “difícil” e precisou lutar por igualdade de remuneração na indústria da moda. “Era difícil ser uma mulher negra franca e eu definitivamente fui punida muitas vezes”, diz ela.
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Campbell também relembrou quando trocou a agência de modelos Ford pela Elite. O fundador John Casablancas a levou para uma reunião de negócios na Revlon porque a empresa de cosméticos iria lhe oferecer um contrato. “Mas quando eles me disseram o que queriam me pagar, eu disse não na frente de toda a sala. Eu disse: ‘Recebo isso em Tóquio em um dia, por que aceitaria isso como um contrato de um ano?'”. A supermodelo também revelou que seus colegas já haviam lhe contado quanto ganhavam e que ela não deveria aceitar um centavo a menos.
“John ficou muito envergonhado e decidiu me chamar de ‘difícil’. E ele então decidiu que iria à imprensa e diria que eu era difícil e que ele me demitiu” contou Campbell, que logo rebateu o fundador da agência. “Em primeiro lugar, vamos deixar isso bem claro. Modelos não podem ser demitidas. Somos autônomos. Patrocinados por nossas agências”.
Mesmo assim, Casablancas tentou queimar a imagem de Campbell para o público. “Esse estigma de suas palavras e de sua declaração à imprensa atrapalhou meu trabalho por muitos e muitos anos. Já ouvi ‘louca’, já ouvi ‘pesadelo’, já ouvi ouvi ‘difícil’. Fui chamada de difícil porque abri a boca. Ponto final”.
John Casablancas morreu aos 70 anos, em 2013, enquanto fazia um tratamento contra o câncer no Rio de Janeiro.