Mundo Negro

“Reparação a um erro”, diz Aline Silva sobre estreia da touca de natação para cabelos afros nas Olimpíadas 2024

Fotos: Divulgação

Grande conquista! Os atletas de natação com cabelos afros poderão usar a Soul Cap na Olimpíada de Paris 2024, que ocorrerá entre os dias 26 de julho e 11 de agosto. A touca é feita para comportar cabelos crespos, cacheados e tranças. 

A touca havia sido vetada nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, após a Federação Internacional de Natação (FINA) alegar que o item não “seguia o formato natural da cabeça”. Mas em 2022, o acessório foi revisado e autorizado.

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Para o Mundo Negro, Aline Silva, um dos principais nomes da luta olímpica e fundadora do projeto Mempodera, diz que a aprovação da touca é um ato de reparação. 

“Quando a gente fala de valores olímpicos, estaríamos falando de celebrar as diversidades e unir os povos do mundo para interagir através dos esportes. Na era antiga, as Olimpíadas eram praticadas para celebrar a paz entre as guerras. A desautorização de utilizar artigos de culturas específicas como a touca preta é o que nunca deveria ter acontecido. A autorização pra mim é mais uma reparação a um erro que um ato em prol da diversidade”, afirma.

A medalhista olímpica também recorda que as atletas francesas, de origem muçulmana, estão proibidas de usar o hijab (véu) nas competições. Em 2023, a ministra de Esportes da França, Amélie Oudéa-Castéra, proibiu atletas e membros das comissões técnicas do país, de usaram símbolos religiosos durante os Jogos Olímpicos.

“Apesar do número de igualdade dos jogos, a participação de pessoas diversas continua sendo dificultada. Daí eu pergunto, para estas atletas que são obrigadas a utilizar a hijab, as olimpíadas são inclusivas?”, critica.

A atleta também reforça que falar sobre diversidade e inclusão nos Jogos Olímpicos. “Pra mim que já participei e pude caminhar pelas vilas olímpicas com os olhos de uma pessoa com consciência racial é extremamente perturbador perceber como as Olimpíadas é um ambiente extremamente composto por pessoas brancas”, diz. 

“Quando olhamos para os resultados, podemos ficar ainda mais aterrorizados e chegar a conclusão que esporte não tem nada a ver com mérito como alguns gostam de acreditar e sim, tem a ver com oportunidades e investimento financeiro”, afirma.

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