Na noite de sexta-feira, 8, a escritora Conceição Evaristo conquistou um feito histórico ao se tornar a primeira mulher negra a integrar a Academia Mineira de Letras, na cerimônia que ocorreu em Belo Horizonte.
Aos 77 anos, Evaristo é a 10° mulher a ocupar uma cadeira e a primeira mulher negra a assumir o posto nos 115 anos de história da Academia Mineira de Letras. Ela recebeu o distintivo das mãos do escritor e ativista Ailton Krenack e ocupa a cadeira 40.
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Ao falar sobre sua nomeação, a escritora destacou que sua nomeação não deveria ser uma exceção: “Alguma coisa há pra se arrumar na sociedade brasileira, pra que não seja mais uma exceção uma mulher negra chegar na academia mineira de letras, ou em outras academias, ou em outros espaços de poder”.
Ela também afirmou que se tornar imortal era um sonho: “Eu fiquei feliz, mas com a sensação de que a Academia tava cumprindo um papel, inclusive, de justiça”.
Krenack destacou a influência de Conceição Evaristo na literatura brasileira e na produção de saberes: “Ela já influencia a partir daqui, desses gestos da Academia Mineira de Letras, um pensamento mais amplo sobre a produção de saberes, de conhecimento no Brasil e como que ele se expressa na literatura, nas várias literaturas”.
Natural de Belo Horizonte, Conceição Evaristo se mudou para o Rio de Janeiro na década de 1970, onde estudou para se tornar professora. Em seguida ela cursou mestrado e doutorado em Literatura.