Mundo Negro

Programação do Sesc propõe reflexão sobre relações de raça e gênero no Brasil

Processos criativos e identidade feminina negra, Branquitude, branqueamento e relações de gênero e Caminhos para a liberdade de mulheres negras no século XIX são os temas que fazem partem de uma programação que o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc realiza no mês de janeiro com o objetivo de refletir sobre as relações de raça e gênero no Brasil.

Ciclo Processos criativos e identidade feminina negra

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De 10 a 24/1, terças e quintas, das 14h30 às 17h30.
Preços – R$ 60,00 / R$ 30,00 / R$ 18,00

Múltiplos aspectos compõem o processo criativo de artistas. O que já foi entendido como dom ou talento inato, hoje é percebido como um processo resultante da combinação entre subjetividade, processo histórico-social e domínio da linguagem.  Tendo isso em vista, esse ciclo se propõe a refletir sobre o processo criativo a partir de um recorte de raça e gênero. Como esses marcadores sociais impactam e/ou influenciam o trabalho artístico de mulheres negras?
Mesas de debates:
10/1 – Mulheres negras atrás das lentes: a produção audiovisual
Com Renata Martins, Larissa Fulana de Tal e mediação de Viviane Ferreira

12/1 – Em prosa e verso: literatura negra
Com Ana Maria Gonçalves, Tula Pilar Ferreira e mediação de Fernanda Miranda.

17/1 – Cotidiano negro em letras e vozes de mulheres
Com Yzalú, Tássia Reis e mediação de Jaqueline Lima Gomes

19/1 – Contranarrativas negras em mídias digitais
Com Maíra Azevedo (Tia Má), Aline Ramos e mediação de Bianca Santana

24/1 – Visualidades negras
Com Janaína Barros, Michelle Matiuzzi e mediação de Renata Felinto
Branquitude, branqueamento e relações de gênero

De 17 a 20/1, terça a sexta, das 10h às 13h
Preços – R$60,00 / R$30,00 / R$18,00

O ciclo objetiva trabalhar a perspectiva das relações de gênero a partir da branquitude e como essas questões são envolvidas na discussão sobre relações raciais brasileiras, em específico, aquelas nas quais a discussão centraliza o lugar do branco nessas relações. A partir de teorias sociais sobre branquitude e um percurso panorâmico sobre relações de gênero, o curso pretende lançar um olhar para a construção histórica do Brasil, problematizando o lugar de privilégio do grupo coletivo branco em contrapartida a negação dos lugares das outras racialidades e como essa construção marca as relações de gênero.
Partindo de leituras que caminham por diversas áreas como sociologia, antropologia, história, psicologia social e mais, o debate sobre os conceitos da branquitude, do branqueamento e das relações de gênero abre espaço para uma nova arena de discussão sobre o racismo e o machismo, numa inversão epistemológica na qual o branco assume o lugar de objeto pesquisado.

PROGRAMA

Dia 17/1 – A categoria raça em análise e a política de branqueamento no Brasil.
Dia 18/1 –  Branquidade: identidade branca e multiculturalismo – Os significados da introdução do debate da branquitude no Brasil.
Dia 19/1 – A contribuição do Dossiê Branquitude e as novas configurações raciais brasileiras.
Dia 20/1 – As Relações de Gênero marcadas na Branquitude

Com Ana Helena Passos, doutora em Serviço Social pela PUC/RJ. Pesquisa estudos críticos da branquitude, racismo, história afro-brasileira e educação étnico-racial.

 

Caminhos para liberdade de mulheres negras no século XIX

Dia 26/1, quinta, das 19h30 às 21h. Grátis.

Palestra e lançamento do livro “Sobreviver e Resistir: os caminhos para liberdade de escravizadas e africanas livres em Maceió (1849-1888)“, aborda as experiências de vida de africanas livres e escravizadas – em Maceió de 1849 a 1888, evidenciando a luta por sobrevivência e resistência de mulheres que viveram a conjuntura dos últimos momentos da escravidão no Brasil.

Através de uma leitura a contrapelo dos documentos analisados, a pesquisa procura os fragmentos das vidas – imergindo na batalha diária destas mulheres em busca de suas sobrevivências e na luta contra a escravidão. Com isto, adentra o quotidiano da cidade e vislumbra a sociabilidade negra e a presença de mulheres na vida social daquele período.

A região alagoana foi palco de constante movimentação de navios negreiros vindos diretamente do continente africano ou de outras províncias, como Bahia e Pernambuco. A pesquisa a partir da compreensão de quais eram as práticas exercidas por elas para se emanciparem ou alforriarem, aponta para o papel destas mulheres para a eclosão do fim do regime escravista no Brasil.

Com Danilo Luiz Marques, graduado em História pela Universidade Federal de Alagoas, e mestre em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde também realiza o seu doutorado.
 

Serviço:
Recomendação etária: 16 anos
Algumas atividades possuem tradução em Libras disponível. Verifique no site qual atividade tem e faça sua solicitação com no mínimo dois dias de antecedência através do e-mail centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br.

Informações e inscrições pelo site (sescsp.org.br/cpf) ou nas unidades do Sesc no Estado de São Paulo.

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