Na última quarta-feira, 28, em uma ação conjunta da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), foi preso Edilson Barbosa dos Santos, dono no ferro-velho acusado de fazer o desmanche do carro usado no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018.
Conhecido pelo apelido de Orelha, o homem foi preso perto da casa em que mora no bairro de Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O suspeito foi levado para a Superintendência Regional da PF no Rio e, depois de cumpridos os trâmites iniciais, será levado para uma unidade do sistema prisional.
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Em agosto do ano passado, o Ministério Público já havia recebido uma denúncia sobre Edilson Barbosa do Santos, que está sendo acusado de impedir e atrapalhar investigações depois de destruir o carro no Morro da Pedreira, na Zona Norte do Rio, de acordo com a denúncia oferecida pela força-tarefa do Gaeco. Ainda de acordo com a denúncia, no dia 16 de março de 2018, Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz, acusados de serem atirador e motorista do duplo homicídio, entregaram o carro a Orelha, que deu sequência ao processo de desmanche.
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa seis anos no dia 14 de março, e, com a entrada da Polícia Federal nas investigações, em 2023, alguns avanços, como a delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz, que dirigia o carro usado no crime. Em julho do ano passado, agentes da PF que participavam das investigações informaram que, na delação, Queiroz apontou o também ex-policial militar Ronnie Lessa como o autor dos assassinatos de Marielle e Anderson.
Além disso, durante a delação, Élcio contou que o dono de ferro-velho foi acionado pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, que também está preso por participação no crime, para que os acusados pudessem se livrar do veículo usado no atentado contra a vereadora e seu motorista.
De acordo com informações publicadas pelo portal g1, Élcio de Queiroz afirmou que Orelha era dono de um agência de automóveis e depois teve um ferro-velho. Em seu depoimento, Élcio afirmou que dois dias depois do assassinato de Marielle e Anderson, ele e Ronnie Lessa levaram Orelha até uma praça na Avenida dos Italianos, em Rocha Miranda, onde o veículo usado no dia do crime estava.