Carlos Alberto de Jesus, policial militar da reserva e homem negro, atirou no jornalista Igor Melo Carvalho, também negro, na madrugada da última segunda-feira (24), após sua esposa, Josilene Souza, acusar Igor e o motociclista Thiago Marques de roubarem seu celular. Em depoimento concedido na última terça (25), o atirador mudou sua versão, afirmando que atirou porque Igor teria feito ‘menção de estar armado’.
Em depoimento à polícia, Carlos Alberto mudou sua versão dos fatos. Inicialmente, ele alegou que atirou porque Igor estaria armado. No entanto, em seu segundo relato, afirmou que o jornalista fez um movimento próximo à cintura, “como se estivesse armado”, o que justificaria os disparos. O policial, que usou uma arma calibre 38, efetuou dois tiros, atingindo Igor, que foi levado ao Hospital Getúlio Vargas, onde perdeu o rim direito e precisou de transfusão de sangue.
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Thiago Marques, o motociclista que transportava Igor, foi detido pela polícia, mas liberado na tarde de terça-feira (25). Câmeras de segurança do bar Batuq em que o jornalista trabalhava naquela madrugada na noite de domingo (23) aponta que o jovem saiu do local minutos antes de ser baleado por Carlos Alberto de Jesus. As imagens também mostram Thiago Marques chegando após o jornalista solicitar a viagem por aplicativo.
O caso causou comoção, em especial, pelo fato de mais um jovem negro ser acusado injustamente por um crime, além do motociclista. E também gerou indignação pelo fato de o atirador ter sido um homem negro: “O policial negro reproduz o racismo que aprendeu na instituição que representa. Na cabeça dele, seu semelhante era um alvo a ser combatido. Não passa pela sua consciência que Igor é tão trabalhador quanto ele era. Por quê? Porque o racismo não deixa”, afirmou o jornalista Jonas di Andrade, do Voz das Comunidades em uma publicação nas redes sociais.
O que aconteceu
Igor Melo, jornalista, estudante de publicidade e dono do site Informe Botafogo, foi baleado enquanto voltava para casa de moto, após seu turno de trabalho. A acusação partiu de Josilene Souza, esposa do policial, que afirmou ter sido roubada por Igor e Thiago. No entanto, testemunhas e imagens de segurança contradizem a versão apresentada por ela e pelo marido.
Marina Moura, esposa de Igor, desmentiu as acusações e destacou que o jornalista não tem envolvimento com atividades criminosas. “Meu marido não é criminoso, ele foi a vítima. O policial que estava presente lá disse que a mulher que o acusou estava visivelmente bêbada. Ele vai ficar bem porque é forte e Deus é maior. Ele trabalha todo fim de semana por nós”, escreveu Marina nas redes sociais.
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