Josi Helena Souza é esteticista e tricologista, especialista em estética para pessoas negras. Com anos de atuação em consultorias, palestras e treinamentos, ela tem se dedicado a analisar o impacto das práticas de beleza na saúde capilar e emocional de suas clientes. Em suas observações, Josi identifica um problema que vai além do cabelo: a pressão estética que mulheres negras enfrentam para se adequar a padrões que não refletem sua identidade.
Segundo Josi, 80% das mulheres que procuram seus serviços desenvolveram alopecia por tração, evoluindo em muitos casos para alopecia cicatricial. Esse dado revela que a busca por cabelos longos, lisos ou moldáveis, muitas vezes estimulada pelo mercado de beleza, tem consequências diretas na saúde física dessas mulheres. Para ela, o problema não está apenas nos procedimentos, mas na pressão invisível para performar um ideal de feminilidade.
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Em suas reflexões, Josi alerta: “A busca por pertencimento através da estética adoece quem mais longe está do ‘ideal’ imposto. Não é o comprimento ou textura dos cabelos que determina o que é ser feminina ou bela, mas no subconsciente de mulheres negras isso não é verdade”. Ela destaca que a indústria da beleza movimenta enormes quantias de dinheiro enquanto adoece essas mulheres, criando uma falsa sensação de escolha e empoderamento.
O trabalho de Josi Helena Souza convida à reflexão e à revisão de padrões. Questionar escolhas estéticas e priorizar a saúde física e emocional são passos essenciais para ressignificar a relação com a própria aparência. Em suas palavras: “Nada deve ser mais importante que a sua saúde”. O alerta da especialista não é apenas sobre cabelos: é sobre identidade, liberdade e cuidado com si mesma em uma sociedade que ainda impõe padrões excludentes.
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