Mundo Negro

Pensando em estabilidade financeira: 8 em cada 10 jovens latino-americanos da Geração Z gostariam de empreender

Foto: Freepik

Os Zennials olham para o trabalho como uma fonte de renda capaz de garantir autonomia e liberdade, mas e nós, pessoas negras, onde estamos nesse futuro?

A geração Z  (geração de pessoas que nasceu entre o começo dos anos 90 e 2010) já é  parte importante da força de trabalho global, até o ano de 2025 é esperado que eles representem 27% do total de trabalhadores. Ainda que muitos desejem a tão sonhada vaga em alguma grande empresa, outros preferem o caminho do empreendedorismo.

Notícias Relacionadas


Segundo levantamento recente do Grupo Consumoteca, 77% da geração Z latino-americana gostaria de empreender algum dia. O estudo foi realizado com dois mil jovens da Argentina, Colômbia, Brasil e México, com idades entre 17 e 24 anos e pertencentes às classes A, B e C.

Além de descobrir que essa geração se preocupa mais com a estabilidade financeira, o levantamento mostra que os jovens percebem o empreendedorismo como um caminho para essa independência. Dessa forma, 73% afirmaram que buscam formas de obter renda extra, além do trabalho regular.

Nos últimos dois anos 63% dos jovens de até 34 anos residentes no Rio de Janeiro e São Paulo abriram o próprio negócio. Levando como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), temos alguns recortes importantes sobre o perfil destes novos empreendedores:  72% não têm CNPJ e  93% trabalham por conta própria, ou seja, não possuem empregados, sendo assim podemos ter como hipótese que esses negócios nascem pela necessidade de sobrevivência.

E nós mulheres negras, onde estamos neste cenário?

Segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) realizada este ano, as mulheres lideram 10,1 milhões de empreendimentos no Brasil, sendo que a participação feminina no mundo dos negócios chega a 34%. Os dados mostram, ainda, que 50% das proprietárias de negócios atuam no setor de serviços.

O empreendedorismo é romantizado, colocam a falsa ilusão de que empreender é libertador, mas a realidade é bem menos romântica. Mulheres são maioria no mundo do empreendedorismo, à frente de negócios precários, ainda não formalizados e o fazem por necessidade, sendo justamente as mais atingidas neste momento de crise sanitária.

Diante desse entendimento, cabe às políticas públicas e às organizações que buscam minimizar e eliminar essas situações de pobreza e de vulnerabilidade social, atuarem de forma a ampliar as oportunidades em termos de recursos e aprendizados que potencializem o universo dessas mulheres, ou seja, que favoreçam o protagonismo desse público no sentido da promoção da transformação social desejada e necessária.

Existem excludentes para as diferentes categorias de empreendedores e gênero, então não podemos analisar a Geração Z sem fazer recortes. Por exemplo, muitos não tentam ou não conseguem acesso a crédito ou investimento no valor necessário para ampliar seu negócio, por falta de conhecimento ou sequer uma aprovação por uma instituição – o famoso racismo institucional. 

Ainda há a solidão por não dominar todas as tecnologias necessárias, muitas vezes por não ter tido acesso há uma educação de qualidade, isso impacta diretamente na autoestima.

Oportunidades para o futuro  empreendedor da Geração Z Negra:

*Kelly Baptista Gestora Pública, diretora executiva da Fundação 1Bi, mentora, membro da Rede de Líderes Fundação Lemann e Conselheira Fiscal do Instituto Djeanne Firmino.

Fontes de apoio:

8 em cada 10 jovens latino-americanos gostariam de empreender

A cor da crise no empreendedorismo

 

Notícias Recentes

Participe de nosso grupo no Telegram

Receba notícias quentinhas do site pelo nosso Telegram, clique no
botão abaixo para acessar as novidades.

Comments

Sair da versão mobile