A COP30, 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, acontece entre 10 e 21 de novembro em Belém, no Pará. O evento reúne governos, empresas, cientistas e sociedade civil para debater políticas de mitigação e adaptação climática. Apesar da relevância do encontro, especialistas apontam que as discussões frequentemente priorizam metas técnicas e financeiras em detrimento das consequências sociais da crise.
Jurema Werneck, médica e diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, atua como enviada especial da COP30 com foco em periferias e racismo ambiental. Em entrevista à Matinal, ela afirmou que a conferência está desconectada da urgência humana da crise: “Parece que a gente está em uma reunião da Faria Lima global”, criticando a predominância de discursos voltados para números e finanças em vez de soluções concretas para comunidades vulneráveis.
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A ativista reforça que o ponto central da crise climática é o ser humano e que populações historicamente marginalizadas, como indígenas, ribeirinhos e moradores de periferias, enfrentam os efeitos mais severos. Werneck destaca que a degradação ambiental nessas regiões está diretamente ligada ao racismo ambiental, que invisibiliza seus direitos e limita sua participação nas decisões que afetam seus territórios e vidas.
Segundo Werneck, priorizar ações ambientais significa garantir direitos humanos básicos. A mensagem da enviada especial é clara: a agenda climática precisa deixar de lado o discurso técnico e corporativo e adotar uma perspectiva que reconheça desigualdades sociais e raciais, colocando a vida humana no centro das decisões globais sobre o clima.
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