Mundo Negro

O que Frantz Fanon nos ensina sobre o bolsonarista que descobriu que não pode ser de extrema direita porque é negro?

Fotos: Divulgação

Recentemente, Raiam Santos, influenciador assumidamente de direita, gravou um video para falar sobre como a extrema direita europeia é racista. Ao constatar isso, Raiam também constatou que não pode ser de direita, pois não importa quanto dinheiro ele tenha, nunca é bem quisto nos lugares que frenta na Europa.

Eu conheço pouco de Raiam, mas sei que ele se diz um escritor muito bem sucedido e milionário. Raiam diz ter lido mais de mil livros. Certamente, entre estes milhares de livros não estavam clássicos como Pele Negra, Máscaras Brancas.

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Como podemos aplicar as reflexões de Frantz Fanon no caso Raiam Santos? É simples! Não me canso de dizer que no capítulo “o homem negro e a mulher branca” há uma discussão extremamente importante sobre nacionalidade x raça. O personagem analisado por Fanon, Jean Veneuse, vive na França, mas ele não pode ser um francês porque é preto. Ele busca validação dos homens franceses, quer ser reconhecido como um igual, um nacional. A mulher branca, neste esquema, é apenas uma das formas que Jean Veneuse pretende alcançar o reconhecimento como francês legítimo.

A propósito, coincidência ou não, Raiam também adora ostentar mulheres europeias pelas redes. Assim como Jean Venuse não pode ser francês, embora seja um “preto diferente” dos seus ancestrais antilhanos, por ter certo status em Bordeaux, Raiam não pode ser hungaro, russo, espanhol ou plones. Tal qual Jean Veneuse, a frustração de Raiam Santos é ver que o europeu não reconhece como igual aquele que ele moldou a sua própria imagem nas colônias.

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