A filosofia ancestral africana é ouro. Falamos pouco sobre ela, mas felizmente hoje mais do que antes. Na leitura que fazemos sobre as lições deixadas pelos que vieram antes de nós, o conceito de ancestralidade é o que traz sentido a tudo.
Em seu primeiro livro “O pequeno príncipe preto” (Editora Nova Fronteira), o ator , dramaturgo e cientista social Rodrigo França faz uma versão afro-centrada de uma obra clássica da literatura global, o livro francês “O pequeno príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry.
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A sustentação dessa nova narrativa vai além do tom de pele do protagonista. A relação do príncipe com o Baobá , uma árvore, um elemento da natureza com tanta simbologia para a comunidade negra, é uma aula de como os que vieram antes de nós são fundamentais para a nossa identidade. “Como pode existir o hoje, o agora, se você não conhece o seu passado, a sua origem, as suas características? É assim que a gente conhece nossa ancestralidade. ”, reflete o protagonista.
Ao longo de suas viagens pelos planetas, lindamente ilustradas por Juliana Barbosa Pereira, o príncipe analisa as pessoas que passam por seu caminho com um repertório intelectual baseado em conhecimentos adquiridos com a sua relação com o velho Baobá. Um deles é o Ubuntu, uma filosofia africana que nos lembra que não estamos sozinhos no mundo.
Temos que celebrar a estreia de França como escritor. Ele trouxe para o livro de 32 páginas, o que mais de 60 mil expectores assistiram nos palcos com a peça homônima escrita por ele.
“O pequeno príncipe preto” é um livro rico pelas palavras, pela ilustração e pelas várias lições que crianças e adultos deveriam adotar em suas vidas. E segue um dos meus trechos preferidos.
“Seja sempre claro com o que sente. A palavra ‘afeto’ vem de afetar o outro. Afete com verdade”.
O pequeno Príncipe Preto
De Rodrigo França
Ilustrações de Juliana Barbosa Pereira
32 páginas
R$ 39,90
Editora Nova Fronteira