Apesar de avanços nos últimos anos, pessoas negras continuam sub-representadas no serviço público brasileiro, principalmente nos níveis estadual e federal. Entre 2013 e 2025, a presença de pretos e pardos entre os servidores passou de 46,1% para 52,9%, ainda abaixo da proporção de 56,7% na população nacional.
O levantamento do Instituto República.org mostra que municípios já refletem o perfil racial do país, com 56,9% de servidores negros, enquanto Estados e União mantêm números menores, 49,6% e 42,6% respectivamente. Os cargos mais estáveis e melhor remunerados permanecem concentrados em grupos historicamente privilegiados.
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O estudo destaca o aumento da participação de mulheres negras, que agora representam 30,2% dos servidores e avançam nos cargos de liderança, mas continuam entre os mais mal remunerados. A mediana salarial desse grupo é de 2800 reais, enquanto homens brancos ganham 5000 reais e mulheres brancas 3800 reais.
O crescimento da presença negra no funcionalismo está ligado à ampliação do ensino superior via políticas de ação afirmativa e sistemas de cotas em concursos públicos. Entre os servidores negros, 59,3% possuem diploma universitário, frente a 41,8% em 2013.
Apesar dos avanços, a desigualdade persiste, especialmente nos cargos mais altos e estratégicos. Especialistas destacam que aumentar a representação é essencial para fortalecer instituições, incluir diferentes perspectivas nas decisões e reduzir vieses no serviço público.
O desafio agora é fazer com que os ganhos observados nos municípios se reflitam também nos Estados e na União, garantindo que a administração pública corresponda ao perfil da sociedade que representa.
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