Mundo Negro

Negra Li comemora 30 anos de carreira com o novo álbum “O Silêncio Que Grita”

Foto: Bruno Sabongi

Uma das vozes mais marcantes do rap nacional, Negra Li celebra três décadas de trajetória com um novo trabalho que ecoa como manifesto e cura. Sete anos após seu último disco, a cantora, compositora e atriz lança “O Silêncio Que Grita”, um álbum visceral que une lirismo, identidade e resistência. O projeto estreou nas plataformas digitais na última quinta-feira (29).

Com 11 faixas, o trabalho mergulha em temas urgentes como feminismo, raça, política e autoestima, costurados por beats poderosos e melodias que atravessam o tempo. É um encontro entre o clássico e o contemporâneo — do rap raiz às sonoridades africanas — que conecta ancestralidade e futuro numa mesma frequência.

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Entre os convidados que somam potência ao projeto estão Liniker, Gloria Groove e Djonga, nomes que também simbolizam a força da arte como ferramenta de transformação. O álbum propõe uma viagem sonora que celebra a pluralidade da música preta, com passagens por gêneros como reggae, afrobeat, samba, boombap, R&B, blues e gospel. As participações criam camadas que vão do grito à sutileza, oferecendo ao ouvinte atmosferas que tocam corpo e alma.

Cada faixa é tratada como um capítulo íntimo, onde a estética moderna do som se entrelaça com raízes culturais profundas. Um dos pontos altos do disco é a nova versão de “Olha o Menino”, clássico lançado por Negra Li em 2005 em parceria com Helião. Agora, ela divide os versos com Djonga, trazendo uma releitura intensa e atual da canção.

O clipe da música foi gravado na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, onde a artista cresceu e reforça esse elo com as origens. Rodado inteiramente em preto e branco, o vídeo acompanha a trajetória de um jovem negro diante das encruzilhadas da vida urbana. A crítica social é clara, mas o desfecho emociona: há luz, há caminho, há renascimento.

“O Silêncio Que Grita” é mais do que um álbum: é um gesto artístico de quem aprendeu a transformar dor em beleza, opressão em força, silêncio em voz.

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