A destruição da Nottoway Plantation, a maior mansão do período escravista ainda preservada nos Estados Unidos, reacendeu discussões sobre como a história da escravidão é lembrada e comercializada no país. O incêndio, ocorrido em 15 de maio de 2025, consumiu a estrutura de 64 quartos e mais de 4.900 m² localizada em White Castle, Louisiana. Embora as autoridades apontem para um possível curto-circuito como causa, foi a reação do novo proprietário, William Daniel Dyess, que mais chamou a atenção.
Em entrevista ao New York Post, Dyess afirmou:
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“Adoto esta posição — somos pessoas não racistas. Sou advogado e minha esposa é juíza. Acreditamos nos direitos iguais para todos, total igualdade e justiça. Minha esposa e eu não tivemos nada a ver com a escravidão, mas reconhecemos o quanto ela foi errada.”
A declaração foi feita dias após milhares de pessoas, especialmente negras, celebrarem nas redes sociais a destruição de um local considerado símbolo da violência escravagista. A Nottoway já vinha sendo alvo de críticas por funcionar como resort e espaço de eventos de luxo, sem abordar adequadamente sua história ligada à escravidão.
Dyess, que adquiriu a propriedade recentemente após a morte do antigo dono em um acidente de carro, expressou o desejo de reconstruir a mansão. Ele também afirmou:
“Estamos tentando tornar este um lugar melhor. Não temos nenhum interesse em pautas radicais de esquerda. Precisamos seguir em frente com uma visão positiva e não vamos ficar presos às injustiças raciais do passado.”
A fala do proprietário, vista por muitos como tentativa de isenção histórica, foi criticada por ignorar o peso simbólico de transformar espaços de sofrimento negro em empreendimentos comerciais. A Nottoway, construída em 1859, abrigou centenas de pessoas escravizadas e por décadas foi apresentada como patrimônio arquitetônico “do Sul profundo”, sem considerar plenamente suas raízes violentas.
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