Mundo Negro

Músico negro é preso injustamente pela segunda vez após polícia cometer ‘erro de sistema’

Foto: Reprodução / TV Globo.

O músico Luiz Carlos Justino, preso injustamente em 2020, voltou a ser detido nesta última segunda-feira (22), após passar por uma blitz de segurança feita pela polícia. Por um ‘erro no sistema’, mesmo após o encerramento do caso, os dados de Luiz continuaram em aberto no Banco Nacional de Monitoramento, com um mandado de prisão direcionado a ele.

À época do primeiro ocorrido, o músico era acusado de ter realizado um assalto à mão armada, que não cometeu, e chegou a ser preso por cinco dias. Dessa vez, após retornar de uma rotineira partida de futebol com amigos em Charitas, bairro Niterói, ele foi parado em uma blitz do programa Segurança Presente e precisou se dirigir até a delegacia para prestar esclarecimentos.

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“Isso aconteceu comigo, de novo, agora que eu estava me recuperando, mas poderia ter acontecido com qualquer pessoa, isso é muito revoltante. Se não fosse a mídia e os advogados eu acho que estaria preso de novo. Sempre estudei para não passar por isso, agora passar duas vezes por isso?”, desabafou Luiz Carlos nas redes sociais. “Vou ter que mostrar duas vezes que não sou um bandido, um vagabundo o que eles acham que sou? Duas vezes a mesma coisa. Só acho que todos deveriam ter o direito de ir e vir, sair de casa, de se divertir, mas algumas pessoas são proibidas, só por causa da nossa cor”.

Luiz Carlos foi liberado depois que os agentes da polícia descobriram a falha no sistema. O advogado do músico pediu que o mandato de prisão fosse removido também do Conselho Nacional de Justiça. “A gente quer crer que, com a retirada do nome dele deste banco de dados, esse tipo de abordagem não acontecerá mais. É muito danoso para a vida do Justino, que é um músico, um cara completamente integrado à comunidade onde vive, dedicado às atividades da Orquestra da Grota, ficar sucessivamente sendo submetido a este tipo de abordagem policial, por vezes ostensiva, agressiva, violenta e absolutamente desnecessária“, declarou Rafael Borges, representante do músico perante a Justiça.

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