Mestre pela Royal Academy of Music, o violonista clássico Plinio Fernandes nasceu na cidade de Itanhaém, na Baixada Santista, e hoje, fala um pouco sobre sua trajetória e arte para os grandes veículos de reportagem do Brasil.
Plinio recebeu uma bolsa integral em uma escola particular de sua cidade ao ser considerado “menino prodígio” e buscava suas inspirações diante de poetas da música, como Milton Nascimento, Djavan e Gilberto Gil, além de passear por diversos ritmos, como o samba e jazz. Quando criança, além da música, sua outra paixão também era o futebol.
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“Pelo fato de eu ser negro e não ter muitos violonistas negros nesse meio, eu sentia uma necessidade de referência, que encontrei de forma muito especial em duas pessoas: o João Luiz Rezende, do Brasil Guitar Duo, e o Franciel Monteiro, que participava dos concursos em categorias mais avançadas”, contou ele.
O artista passou aproximadamente um ano estudando e treinando o instrumento sem professor, após perder seu mestre, Henrique Pinto, depois de sofrer um enfarte. Plinio viu sua situação ser modificada após receber uma ligação de Linda, viúva de Henrique que decidiu fazer uma ponte com outra referência para ele, o consagrado violonista Fábio Zanon.
“Foi excepcional ter aulas na casa do meu ídolo. Eu estava com 17 anos, era época de se pensar em vestibular. Desabafei com ele que eu queria esperar, poder dedicar um ano inteiro só ao violão e decidir, então, o que fazer”. Contou o violinista para a redação do jornal Estadão, que nesse período ouviu conselhos de amigos sobre morar fora do país.
O vioinista estudou por meses e conseguiu conciliar os estudos com eventos importantes, como um recital no Masp. Em novembro, no ano de 2012, quando chegou a hora da seleção feita por vídeo: “mandei um DVD tocando o repertório exigido, mas ainda tinha uma entrevista em que eu precisava falar por que a Royal Academy era um lugar para mim. Fiz isso de uma forma capenga, com a câmera no meu rosto, lendo um papel ao lado com um inglês meio fajuto, mas mandei tudo cruzando os dedos”.
Ao conseguir entrar na Royal Academy of Music e conseguir, ainda, uma bolsa integral da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), na qual ele representava o Brasil, Plinio viu sua família o apoiar 100% em busca de seus sonhos e conseguiu conquistar a maioria, até agora, pois, outros maiores se aproximam.
Ao mostrar seu talento esplendido e suas habilidades que nos fazem flutuar diante de seu som e cordas, Plinio acaba de se formar e mostra, diante todo o mundo, a sensibilidade e pureza de um homem preto e brasileiro.
Sucesso nas redes:
‘Nos últimos meses, para não passar a quarentena sozinho, Plinio se juntou a uma família de sete irmãos músicos que se isolaram na casa dos pais, em Nottingham, a 200 km da capital. “Toda semana fazíamos lives no Facebook, com mais de um milhão de pessoas assistindo”, lembra ele. A atmosfera de diversão e dedicação às artes marcou os dias de confinamento do grupo, e despertou a curiosidade da emissora.
Comandado pelo jornalista Alan Yentob, o programa, que vai ao ar em horário nobre, registrou a rotina dos jovens músicos, em crescente sucesso no país. Ao ser entrevistado, Plinio foi indagado sobre como havia parado entre eles, e não escapou de uma pergunta sobre o Brasil, cuja situação tem chamado atenção da imprensa internacional.’