Nesta semana, uma fonte que prefere não se identificar, denunciou ao Site Mundo Negro que o Museu Afro Brasil, em São Paulo, teve o último diretor negro destituído em fevereiro, da área financeira e revelou que a curadoria e o plano museológico dos próximos 5 anos está sendo feita por consultoria externa “branca”. “Tudo está embranquecendo bem rápido”, disse.
Em nota, a comunicação do MAB lamentou a denúncia “diante do legado de Emanoel Araujo“. O Museu diz que o diretor citado da área financeira “solicitou sua saída por iniciativa própria (o que foi comunicado há 6 meses)” e garantiu que “o processo de recolocação desta vaga está em curso e sendo conduzido pelo Museu com transparência e governança usuais”. Já sobre a curadoria e plano museológico, a comunicação apenas informou que “não procede”.
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A reportagem solicitou a relação de nomes dos profissionais negros nos cargos de diretoria, coordenação e curadoria do MAB, mas não foi nos enviado, com a alegação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais). Entretanto, no Art. 4º, há uma especificação de que a lei não se aplica a fins jornalísticos.
Além disso, os nomes dos profissionais já constam no MAB, só não tem a identificação com foto: http://www.museuafrobrasil.org.br/transparencia/institucional/ficha-tecnica
“A Associação Museu Afro Brasil prioriza a diversidade em seus quadros com respeito a etnia e raça, identidade de gênero e orientação sexual. A identificação pessoal de funcionários segue normas legais conforme critérios de LGPD”, diz um trecho da nota.
Eles garantem a presença de profissionais negros em diversos cargos, mas não cita os cargos de diretoria. “O Museu tem no Conselho e em seus quadros nomes de expressão em cargos como Coordenadoria, Educativo, Curadoria e Comunicação, pessoas de referência pública e diálogo na Academia, Instituições Negras e Imprensa.
Atualização 13/03 às 11h – O Museu Afro Brasil entrou em contato com o Site Mundo Negro novamente para uma nota à imprensa. Leia na íntegra:
“Olá, sou Ale Pellegrini, negro e Coordenador de Comunicação do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo. Sempre disponível ao diálogo, convidamos Mundo Negro e toda sociedade a esse despertar para as artes, a Mão Afro Brasileira nas artes (Araujo, 1988) e representatividade.
Como respondemos ao Mundo Negro essa semana, o diretor admin-financeiro Justino é homem negro e ao lado disso, profissional de grande competência. Com isso, após anos no MAB, foi convidado a outro projeto de grande expressão, o Instituto Bacarelli e está se desligando da instituição, por sua iniciativa.
Sua substituição demanda aliar identidade e competência, como ocorreu no caso de sua admissão. E é com esta finalidade que o Conselho de Administração do Museu está conduzindo este processo.
O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, referência em Artes e Cultura Negra, tem no Conselho e em seus quadros nomes de expressão como os ativistas negros e Conselheiros Wellington Souza, Luis Carlos Santos, Oswaldo Faustino e a artista negra Rosana Paulino, o Coordenador de Comunicação Ale Pellegrini, a Coordenadora de Programação Zélia Rodrigues, a Coordenadora de Educação Simeia Mello, o curador negro Claudinei Roberto com exposições agendadas no Museu para o ano de 2023, dentre outros curadores negros neste ano e outros nomes de referência pública e diálogo no movimento negro, na sociedade, na academia, instituições negras e imprensa”.