Mundo Negro

Mulheres brancas dominam cargos de liderança em empresas brasileiras, revela estudo

Foto: Freepik

Uma pesquisa realizada pelo Ceert e o Pacto Global da ONU revelou um cenário preocupante: mulheres brancas são as principais beneficiárias das políticas de diversidade e inclusão nas empresas brasileiras, ocupando em maior número os cargos de liderança.

O levantamento que ouviu 128 empresas, entre os dias 8 de abril e 5 de junho, mostrou que 63% das organizações têm mulheres brancas em cargos de alta gestão, enquanto apenas 30% possuem mulheres negras nessa posição. A disparidade se repete no conselho administrativo, onde as mulheres brancas estão presentes em 53% das empresas, contra apenas 8% das mulheres negras.

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Racismo estrutural e desigualdades de gênero

Os resultados do estudo evidenciam o racismo estrutural presente nas empresas e a persistência das desigualdades de gênero. Segundo os especialistas, a priorização das mulheres brancas nas políticas de diversidade é reflexo da hegemonia masculina branca no mundo corporativo.

“Quando as empresas falam em equidade de gênero, na verdade estão se referindo à inclusão de mulheres brancas”, afirma Cida Bento, conselheira do Ceert, para a Folha de São Paulo. É como se as empresas abrissem a porta para a diversidade, mas a primeira a entrar fosse aquela que mais se assemelha ao perfil tradicional do líder.

O levantamento buscou mapear práticas de diversidade e inclusão existentes no meio corporativo, além de identificar desafios nesta agenda e propor melhorias. A maior parte das organizações que responderam o questionário tem mais de 500 funcionários (56%) e receita anual bruta acima de R$ 300 milhões (53%), ou seja, são consideradas grandes empresas.

Entre os principais desafios apontados pelas empresas estão o engajamento das lideranças, o recrutamento de pessoas negras e com deficiência e a promoção de pessoas negras para cargos de gestão.

Para alcançar uma maior diversidade e inclusão nas empresas, é fundamental:

O estudo do Ceert e do Pacto Global da ONU revela um cenário complexo e desafiador, mas também aponta caminhos para construir um futuro mais justo e equitativo. É preciso que empresas, governo e sociedade civil trabalhem em conjunto para superar as desigualdades e promover a inclusão de todos os grupos sociais.

Fonte: Folha de São Paulo*

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