Uma nutricionista, de 56 anos, foi denunciada por vizinhos após escrever ofensas racistas em Santos, no litoral de São Paulo, contra moradores do condomínio em que vive. A mulher colou papéis na porta de seu apartamento em que se referia aos negros como pessoas de “espírito imundo” e “escória da sociedade”. Ela chegou a ser presa dias antes de colar as mensagens, após ser acusada de ameaçar vizinhas e praticar injúrias raciais, mas foi solta na audiência de custódia.
O zelador do prédio relatou em entrevista ao G1, que essa não é a primeira vez que a mulher se refere aos vizinhos negros de forma racista. Ele, inclusive, já registrou boletim contra ela em dezembro de 2020, por ter sofrido injúria racial. O homem afirma que os xingamentos são frequentes também contra outros moradores e funcionários do condomínio.
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Segundo Arilton Souza de Carvalho, ele sofre ataques com frequência por parte da nutricionista no condomínio, localizado no bairro José Menino em Santos. “Faz um tempo que, sempre que me vê pelo condomínio fazendo meu serviço, ela já muda a cara. Questiona o que estou fazendo e me chama de “negro”, “marginal”, “preto encardido”. Eu tenho até um boletim de ocorrência de um dia que estava saindo do trabalho, quando ela saiu de um táxi, me abordou e me agrediu. Nesse dia ela me ofendeu com diferentes xingamentos. Diversas vezes tentava me tratar como se eu fosse um escravo“, contou.
Arilton relata que em março deste ano, quando tirava o lixo do condomínio, ele foi ofendido mais uma vez com palavras de cunho racista.
“Nesse dia, após me ofender, ela subiu até o apartamento dela e pegou uma garrafa e voltou para ver onde eu estava. Como a moça da portaria disse que não sabia onde eu estava, ela [nutricionista] a xingou e jogou a garrafa no vidro de onde fica a portaria. Foi registrado outro boletim contra ela na ocasião, por injúria e lesão corporal”, disse em entrevista ao G1.
Outras moradoras relataram no registro da ocorrência, ela teria ainda ameaçado matar duas vizinhas com uma barra de ferro. Segundo as vítimas, a mulher costuma atirar garrafas nos corredores e já as ameaçou de morte.