Neste final de semana, o Ministério Público de Pernambuco protocolou o pedido de condenação de Sari Corte Real pelo abandono e morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva. O documento está na 1ª Vara dos Crimes Contra Criança e Adolescente da Capital.
Em 2 de junho de 2020, Miguel, que ficou sob a responsabilidade de Sari, subiu até o nono andar do prédio da acusada procurando por sua mãe, Mirtes Renata que estava na rua com o cachorro da patroa. Ao sair do elevador para a parte externa do prédio, o pequeno caiu de uma altura de aproximadamente 35 metros e faleceu.
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No texto, o Ministério Público pede a condenação pelo crime de abandono de incapaz, qualificado pelo resultado morte. O Promotor de Justiça entendeu ainda que existem circunstâncias agravantes, pelo fato de o crime ter sido cometido durante a pandemia. A criança estava na residência da patroa porque as creches estavam fechadas e, portanto, sua mãe Mirtes, não teve outra opção que não a de levá-lo com ela ao trabalho.
A promotoria ainda destaca que negligência se deu por motivo fútil, porque Sari priorizou terminar os serviços de embelezamento das unhas, o que agrava a pena do crime. A tentativa da defesa de Sari em “adultizar” de Miguel, responsabilizando-o pela própria morte, e infantilizar Sari, também é apontada no documento: “não se pode admitir que se negue a infância de Miguel Otávio”.
DEFESA DE SARI INSINUOU QUE MIGUEL TERIA PROBLEMAS MENTAIS
Conversamos com Mirtes sobre a tática da defesa de Sari em alegar que uma criança de 5 anos teria capacidades de se cuidar.
“É uma estratégia de defesa muito baixa que eles estão usando. Estão buscando argumentos para culpar meu filho querendo transformar o Miguel em uma criança que teria problemas mentais a ponto de chamarem o psicólogo dele para depor contra Miguel”, diz Mirtes que explicou que seu filho fez terapia, mas por conta de questões emocionais envolvendo a separação dela do pai do menino nunca teve nenhum tipo de transtorno mental.
“Estão querendo culpar o Miguel dizendo que ele era uma criança impossível, que tinha transtornos e que Sari teria sido uma vítima de Miguel que não soube lidar com esse transtorno. No depoimento ela culpa até a filha dela, porque ela disse deixou Miguel entrar dentro do elevador porque a filha tirou a atenção dela. Ela não assume o crime, ela coloca a responsabilidade no meu filho e na filha dela”, detalha. “Isso me machuca porque eles ficam falando mal do meu filho e isso é muito doloroso para mim. Eu não admito que ninguém fale mal do meu filho. Ele tinha comportamento normal para idade dele, graças a Deus saudável e agora ela (Sari) quer bancar de vítima de uma criança. Uma mulher de 30 e poucos anos! Isso não cola”.
O depoimento do psicólogo de Miguel, foi desconsiderado pelo Juiz devido as respostas que se contradiziam e não foram entendidas como verdadeiras.