Em disputa pela presidência do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro, os atores Milton Gonçalves, 85 anos, e Jorge Coutinho, 85, estão processando o também ator Paulo Betti, 66, por racismo. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Paulo é membro de uma chapa concorrente a de Milton (atual presidente) e Jorge (diretor geral).
Os três atores fazem parte de um grupo no Whatsapp chamado “Profissão Artistas”. No dia 16 de abril, Betti postou a seguinte mensagem: “A atual diretoria do sindicato está lá há muito tempo e tem uma forte representação negra com Jorge Coutinho e o grande Milton Gonçalves, além do querido Cosme, isso complica bastante a luta, pois pode confundir as coisas”.
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Para a defesa de Milton e Jorge, publicada nos autos do processo que a Folha teve acesso, as falas de Betti possuem “ambiguidade e dubiedade”, denotam interpretação imprópria e infeliz, fazendo distinção entre negros e brancos, e são “insinuações evidentemente maledicentes.”
A Folha teve acesso aos autos do processo e, de acordo com a defesa de Milton e Jorge, as falas de Betti possuem “ambiguidade e dubiedade”, denotam interpretação imprópria e infeliz, fazendo distinção entre negros e brancos, e são “insinuações evidentemente maledicentes”. Ambos cobram que Betti responda: que complicador seria o levantado por ele, diante o fato de Milton e Jorge terem forte representação negra? O que poderia “confundir as coisas”? Que coisas seriam essas? Que luta seria essa?
“Embora não reste dúvidas quanto à hostilidade das palavras prolatadas por Betti, há real possibilidade de se aferir a prática de crime de injúria preconceituosa, dependendo do que declarar o interpelado”, diz a petição inicial, de acordo com a publicação. Daniel Werneck Cotta, juiz do caso, determinou que Betti apresente sua defesa em até 15 dias. Se condenado, ele pode pegar de um a três anos de prisão, mais multa.