Mundo Negro

Mestre Môa do Katendê, assassinado há quatro anos, ganha disco e filme em sua homenagem 

Foto: Reprodução

Mestre de capoeira, agitador cultural, compositor e percussionista, co-fundador dos Afoxés Badauê na Bahia e Amigos do Katendê em São Paulo, Romualdo Rosário da Costa, também conhecido como Mestre Moa do Katendê tem sua trajetória contada (e cantada!) em dois projetos: o disco Raiz Afro Mãe (Mandril Áudio), com lançamento no dia 7 de outubro, e Môa, Raiz Afro Mãe (Kana Filmes), documentário musical de 101 minutos que terá lançamento para convidados no dia 18 de outubro, no cinema Petra Belas Artes.

Antes de sua morte, deu início a um registro de seu trabalho, que agora segue em forma de homenagem. Ele foi assassinado brutalmente um dia após o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 – poucos meses depois dos projetos começarem – por intolerância política no bairro em que cresceu, em Salvador. Môa se posicionou contra o candidato Jair Bolsonaro para a presidência, e o bolsonarista Paulo Sérgio Ferreira, saiu do bar de onde estava e voltou para atacá-lo com doze facadas.

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O nome do mestre ganhou destaque na imprensa internacional e em manifestações nas ruas de todo o Brasil, difundindo sua imagem como um símbolo de resistência cultural.

Capa de Álbum ‘Raiz Afro Mãe’ (Foto: Divulgação)

O disco Raiz Afro Mãe é composto de 14 canções que contam com a participação dos artistas: BaianaSystem, BNegão, Emicida, Criolo, Chico César, Edgar, Fabiana Cozza, GOG, Jasse Mahi (filha de Môa), Kimani, Lazzo Matumbi, Letieres Leite, Luedji Luna, Márcia Short, Mateus Aleluia Filho e Rincon Sapiência.

Já foram lançados os singles “Festa de Magia”, com Luedji Luna e “Embaixada Africana”, com Criolo. O próximo single a ser lançado será “Véia Coló”, que conta com a participação de Edgar e BNegão. O álbum completo Raiz Afro Mãe será lançado em 7 de outubro, quatro anos após o assassinato de Môa.

Môa, Raiz Afro Mãe:

Rodado em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, o filme acompanha a história de Môa da década de 1970 até sua morte, entrelaçada com as manifestações culturais do carnaval baiano (o surgimento dos blocos afro e afoxés), seu trabalho como arte-educador e capoeirista, e seu legado na cultura afro-brasileira e mundial, mostrando toda a relevância de um artista que contribuiu para a preservação e disseminação da cultura afro-brasileira e fez história em Salvador, levando 8 mil pessoas para as ruas com o afoxé Badauê, promovendo a reafricanização do carnaval baiano e influenciando uma geração de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Moraes Moreira e outros grandes da MPB.

Ao todo, foram mais de 300 pessoas envolvidas no projeto, entre equipe, participações e contribuições. Conta com depoimentos do próprio mestre e de familiares, amigos e parceiros do artista, como a filha Jasse Mahi, Gilberto Gil, BaianaSystem, Chico Assis, Luedji Luna, Chico César e Fabiana Cozza, além de um rico acervo de imagens, formado somente por fotógrafos negros de Salvador. Na trilha sonora, músicas inéditas do disco Raiz Afro Mãe.

Veja o trailer:

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