“Quando a gente fala de grandes atletas nos EUA, falamos de corpos negros com metabolismo acelerado, massa muscular exuberante. Essa é nossa herança, mas também precisamos falar dos impactos do estresse racial na saúde”, afirma a Dra. Suzikelli Lisboa, médica endocrinologista, criadora da série Elegância Negra, publicada em seu perfil no Instagram. Com relatos pessoais e embasamento científico, a médica conecta questões raciais, fisiologia e cuidado integral em um projeto que ressignifica o cuidado para populações negras.
No episódio “Corpo Preto, Metabolismo Vivo”, a especialista explica como experiências de estresse vividas pela população negra se refletem no corpo: “O estresse sobre a questão racial também pode levar ao ganho ou perda de peso. Não é só genética, é epigenética. O ambiente muda nosso corpo, e a gente pode intervir nisso”. O vídeo aborda como o racismo e outras formas de opressão atuam no organismo, influenciando desde a menopausa precoce até a hipertensão mais frequente em homens negros. “Não adianta só falar para comer melhor e fazer exercício se a pessoa vive sob um estresse que dispara cortisol todo dia”, diz. A médica defende que, sem olhar para esses fatores, o tratamento de condições como diabetes e obesidade fica incompleto.
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Mais do que uma série sobre medicina, o projeto é um convite para enxergar o corpo negro em sua complexidade, considerando nossa ancestralidade e as pressões atuais. “Temos uma história, uma raiz. Cuidar da saúde é também honrar isso”, afirma Dra. Suzikelli. Com linguagem acessível, os episódios misturam ciência, relatos e estratégias práticas, em que a especialista reforça: “Você não está sozinho. Existem caminhos”.
Os próximos episódios trarão temas como como menstruação, SOP, menopausa e fertilidade, além de discutir a saúde hormonal dos homens negros e a menopausa e andropausa na terceira idade preta.