Com o objetivo de denunciar uma série de violências cometidas contra a religiosidade negra, mantendo o foco no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 494601 do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que será votado pelo Superior Tribunal Federal, na quinta-feira (9), para contestar a legitimidade da lei gaúcha que, em 2004, declarou legal e constitucional o abate religioso, nas religiões afro-brasileiras, será realizada a Marcha das Religiões Afro-brasileiras pela Liberdade Religiosa, na quarta-feira (8), com concentração marcada para às 18h, no Vão do Museu de Arte de São Paulo (MASP).
A marcha, convocada por adeptos do candomblé e outras tradições de matriz africana tomará a Avenida Paulista no dia dedicado a Xangô, Orixá da justiça. Em São Paulo, são esperadas cerca de 3 mil pessoas, entre religiosos e ativistas dos direitos humanos. Cidades como, Rio de Janeiro, Salvador e Londrina confirmaram apoio e marcha em repúdio ao RE 494601 e ao racismo religioso.
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De acordo com a organização da Marcha, “o Recurso representa um atentado direto à laicidade e ao Estado Democrático de Direito e ainda afirmam que se trata de racismo, pois o objetivo do RE não é o fim do abate religioso, uma vez que o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carne sacralizada das Américas e legitima o abate destinado aos rituais religiosos muçulmanos“.
Sensibilizando o STF
Na última quinta feira (2), os advogados Hédio Silva Junior, Antônio Basílio Filho, Jáder Freire de Macedo, Demétrius Barreto Teixeira e Júlio Romário da Silva, representantes das religiões afro-brasileiras, entregaram, nos gabinetes de todos os ministros do Supremo Tribunal Federal, um parecer jurídico sustentando a legitimidade, legalidade e constitucionalidade do abate religioso de animais.
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Em vídeo, o Ex-Secretário de Justiça do Estado de São Paulo, Dr. Hédio Silva Junior, explica o histórico da ação
“Essa luta é de todo aquele que luta por igualdade de direitos, e por um estado laico de verdade, e por isso é importante que todos e todas somem esforços e repudiem o que pode ser mais um página de retrocesso na história da democracia brasileira”, alertam os organizadores e reforçam o chamado.
Para saber mais, acesse a página do evento em São Paulo: https://web.facebook.com/events/392668321256906.