Por Felippe Guerra*
Tem gente que veste roupa pra impressionar. Eu visto pra conversar. Comigo mesmo, com o dia, com a cidade.
E nem sempre essa conversa é séria: às vezes é um moletom escrito Brasil!, um tênis que parece limpo mas já rodou o mundo, uma camisa de linho com cheiro de aeroporto. Outras vezes é um blazer estruturado com um sorriso desarmado. O equilíbrio entre o que eu trago da minha avó costureira e do meu pai executivo — e o que eu mesmo fui inventando no caminho.
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Moda, pra mim, nunca foi sobre chamar atenção. Foi sobre deixar rastro. E isso eu aprendi cedo. Porque crescer com referências de bom gosto em casa é tipo aprender outro idioma: você fala sem nem perceber.
Essa coluna nasce disso: da vontade de dividir esse idioma com quem tá afim de sair do óbvio, mas não quer virar personagem. Porque nem todo mundo quer seguir tendência — tem gente querendo formar repertório.
E eu não tô aqui pra dar tutorial de estilo. Tô aqui pra jogar a real sobre o que a roupa diz sem precisar explicar. Sobre o que a gente absorve das avós, dos aeroportos, do guarda-roupa do pai ou do feed da filha. Sobre o que a gente comunica quando senta pra uma reunião de moletom branco — e não precisa justificar.
Ao longo dos meses, vou trazer referências, nomes, códigos, cenas do cotidiano e umas frases que talvez te façam rir, talvez te deixem pensando, talvez só te deem vontade de se vestir melhor amanhã.
Começo com uma ideia simples:
O look certo é aquele que diz tudo — e não se desculpa por isso.
Pode ser um terno. Pode ser um tênis amarelo. Pode ser você.
Se tiver dúvida, olha no espelho e responde:
Essa roupa tá falando por mim ou falando pelos outros?
Se for por você, fecha o zíper e vai.
Nos vemos mês que vem.
Felippe Guerra* é Head de Vendas e Marketing e fundador da SOMOS BRASIS. Com mais de 20 anos de experiência, atua na criação de estratégias que conectam marcas a narrativas autênticas do Brasil plural.
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