O afroempreendedor carioca Lucas Preto fará um intercâmbio em São Paulo para apresentar os “baldlocs”, técnica que aplica dreads em pessoas com calvície. O intercâmbio acontece nos dias 7 a 10 de abril, na Vila Madalena, em parceria com o seu mentor Zion Malik, dreadmaker paulista.
Procedimento feito com needle technique (técnica de agulha), o “Baldlocs” foi criado e desenvolvido pelo empreendedor Lucas Preto, CEO do Africarioca, estúdio de beleza no Rio de Janeiro, com o objetivo de resgatar a autoestima das pessoas que sofrem de alopecia, conhecida popularmente como calvície. Segundo a SBC (Sociedade Brasileira do Cabelo), mais de 42 milhões de brasileiros sofrem com a perda de cabelo.
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A técnica não utiliza nenhum produto que danifique o couro cabeludo e estimula o crescimento de cabelo na região onde ainda possui fios. Outra vantagem é a durabilidade e o custo benefício, comparado com outros tipos de implantes.
“Só quem sofre com calvície sabe o desafio que é estar de bem com o espelho. Nossa pretensão é conseguir espalhar isso pelo mundo e ajudar o máximo de pessoas possíveis, e é deste desejo que nasce a parceria com o Zion, minha inspiração de profissionalismo. Hoje, existe uma demanda muito grande de pessoas em busca de baldlocs em outros estados. Ir a São Paulo comprova isso. E eu acredito que essa parceria vai ajudar a difundir a técnica, que vai além do retorno financeiro, pois é algo sobre paixão, autoestima e ancestralidade”, comenta o criador dos baldlocs.
Zion Malik foi uma das pessoas essenciais para que a técnica criasse forma. Lucas Preto acompanha o trabalho do dreadmaker há 10 anos e é mentorado por ele. A troca de entre os dois ajudou na criação dos baldlocs em 2020.
O CEO da Africarioca já tem algumas reservas para sua visita a São Paulo e vai atender no Studio 22, do Zion, localizado na Vila Madalena. Além do intercâmbio em São Paulo, os dois vão promover a técnica e tirar algumas dúvidas sobre em uma live no Instagram, que acontece no dia 30 de março.
“O nosso propósito com as lives e a vinda do Lucas à São Paulo é uma ferramenta para falarmos sobre uma identidade e uma responsabilidade, da qual eu me coloco desde quando eu me entendi como uma continuidade dos nossos ancestrais pretos, compreendendo a nossa responsabilidade por sermos uma geração de empreendedores, acadêmicos, pessoas pretas que estão se dando uma oportunidade melhor do que nossos pais tiveram. É incrível pensar que cada vez que a gente consegue criar uma possibilidade de impacto social que atinja os nossos, a gente está criando uma estrutura possível de mudança até de patamar financeiro, e isso quebra um ciclo vicioso na nossa sociedade”, diz Zion Malik.