A atriz Léa Garcia foi ao programa Conversa com Bial na última sexta-feira (13) e relembrou diversos momentos importantes nos seus 70 anos de carreira.
Em 1976, quando interpretou a vilã Rosa na novela “Escrava Isaura”, Léa sofreu com a revolta das pessoas na rua, pelas maldades da personagem.
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“Apanhei muito. Uma vez, na feira, uma criatura pegou um peixe enorme e bateu com ele nas minhas costas porque eu ‘estava sendo perversa com a Isaura’. Também levei um beliscão que me fez chorar quando esperava um táxi na Praia do Flamengo. Naquela época as pessoas confundiam o personagem com o ator”.
Aos 89 anos, Léa é uma grande referência no teatro negro. Ela foi indicada a melhor atriz coadjuvante no Festival de Cannes pelo papel em “Orfeu Negro”, em 1959, mas ficou em segundo lugar. No mesmo ano, ganhou a Palma de Ouro e o Oscar de Melhor Filme estrangeiro.
Em 1970, ela estreou na TV Globo e também atuou nas novelas “Selva de Pedra” e “A Moreninha”. Atualmente ela está em cartaz no Rio de Janeiro com a peça “A Vida Não É Justa”, baseado no livro da juíza Andréa Pachá.
Durante a entrevista, a atriz também falou da relação com seus pais e a consciência racial. “Eles me criaram de uma forma muito incrível. Me mimaram demais. Pude me encontrar depois dentro de uma sociedade de uma forma muito mais consciente e não como eles estavam me criando. Eles estavam me preparando para ser uma mulher alienada em relação a questão racial do Brasil. Foi o Abdias Nascimento, criador do Teatro Experimental do Negro (TEM)) quem me deu essa retomada da problemática racial no Brasil”.