Durante os dias 6, 7 e 8 de setembro, São Paulo deve receber um evento inédito que reunirá música, gastronomia e performances trazidas pelo Kizomba Design Museum, uma plataforma transitória dedicada à preservação da história da cultura kizomba, criada em Angola, pelos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop) e a sua diáspora.
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A primeira edição do evento vai acontecer em três espaços conhecidos do Centro de São Paulo. A Casa de Francisca, localizada no primeiro andar do Palacete Teresa, património histórico paulistano, deve receber a programação musical com apresentações de Paulo Flores, Branko, Dino d’Santiago, Djodje, Kady, além da participação especial de Russo Passapusso e Roberto Barreto do BaianaSystem, entre outros.
Já o Edifício Copan, que abriga a livraria Magafauna, vai receber escritores e jornalistas como Ondjaki, Yuliana Ortiz Ruano, Marisa Moorman, a autora estadunidense e pesquisadora da cultura angolana, além de Semayat Oliveira e Kalaf Epalanga, autor do romance musical Também os Brancos Sabem Dançar e da coleção de crónicas e ensaios Minha pátria é a língua pretuguesa, lançado pela editora Todavia, para debates e palestras. O restaurante Cuia, da chef Bel Coelho, localizado dentro da livraria, deve preparar um menu inspirado na culinária de países africanos que falam a língua portuguesa.
Outro espaço que sediará a experiência imersiva promovida pelo Kizomba Design Museum será a Galeria Pivô, onde serão suscitadas reflexões sobre a influência da moda e do design no universo da kizomba. Peças de roupas e acessórios estarão disponíveis para compra. A curadoria é assinada pelo designer luso-guineense radicado em Nova York, Armando Cabral. O projeto de decoração do espaço foi criado pela arquiteta Stephanie Ribeiro. AlEm frente à galeria, o coletivo Kizomba Yetu realizará apresentações de música e dança.
Fundado pelo produtor musical Kalaf Epalanga e pelo diretor criativo Nástio Mosquito, o Kizomba Design Museum apresenta-se como um museu vivo, lançando um olhar profundo sobre a interseção entre a história da música kizomba e seu impacto social, econômico e político nas diásporas presentes nos países de língua portuguesa.
“É um momento emocionante reunir músicos talentosos e entusiastas da cultura kizomba nas maiores cidades de língua portuguesa, marcando a nossa presença significativa em simultâneo com a notável Bienal Internacional de Arte de São Paulo, cuja edição este ano representa uma espécie de renascimento cultural.”, comentou Kalaf Epalanga.
“Muitas manifestações culturais diaspóricas são enquadradas como elementos que servem como plataformas lúdicas de uma presença legal, ou ilegal, tolerada ou apropriada. Sabemos que esses gestos estéticos, gastronómicos e voltados para o entretenimento são plataformas factuais, financeiras e com potencial económico. O Kizomba Design Museum não é apenas uma celebração de cultura ou da sua identidade; é um gesto de cuidado, um gesto de doação a essa forma de arte e a justiça económica do mercado, alcançando a indústria da música, a indústria alimentícia e a indústria do entretenimento”, ressaltou Nástio Mosquito.
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