A apresentação de Kendrick Lamar no intervalo do Super Bowl deste domingo (9) não foi apenas um show, mas um marco cultural e um capítulo decisivo na intensa rivalidade entre ele e Drake. Ao performar “Not Like Us”, música que acusa o rapper canadense de pedofilia e já havia conquistado cinco Grammys, Lamar transformou o maior palco do mundo em um campo de batalha simbólico, consolidando-se como o vencedor incontestável de uma das disputas mais acirradas da história do hip-hop.
A escolha de “Not Like Us” para o setlist foi um movimento estratégico e ousado de Kendrick Lamar, que leva a rivalidade com Drake ao Super Bowl. A música, que já dominava as paradas e os debates culturais desde seu lançamento, foi executada com maestria por Lamar, que ainda provocou Drake ao mencionar o processo judicial que o canadense moveu contra a Universal Music Group, gravadora responsável pelo lançamento da faixa. “Quero tocar a música favorita deles, mas você sabe que eles adoram processar”, disse Lamar, em uma clara referência à ação legal de Drake, que alega difamação e manipulação de narrativas pela gravadora.
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A performance teve a presença icônica de Serena Williams, cuja participação foi interpretada como uma indireta adicional, já que rumores sugerem que ela teria tido um relacionamento com Drake no passado. A multidão foi ao delírio quando Lamar permitiu que o público gritasse “A menor”, uma das frases mais polêmicas da música, enquanto a mensagem “Game Over” iluminava o estádio ao fundo, sugerindo o fim simbólico da disputa.
Kendrick Lamar leva rivalidade com Drake ao Super Bowl
A rivalidade entre Kendrick Lamar e Drake se intensificou em março de 2024 e rapidamente ganhou destaque midiático, com ambos os artistas lançando músicas de diss um contra o outro. Enquanto Drake apostou em ataques pessoais e subliminares, Lamar respondeu com “Not Like Us”, uma faixa que não apenas criticou Drake, mas também questionou sua autenticidade e posição no hip-hop. A música foi descrita como um “golpe devastador” na reputação do rapper canadense, expondo-o como um “impostor autoconsciente” que construiu uma imagem fria e calculista, mas que agora enfrenta o risco de ver sua persona desmoronar.
Um artigo do New York Magazine analisa a trajetória de Drake, desde seus primeiros dias como um rapper introspectivo e vulnerável até sua transformação em uma figura dominante e controversa no hip-hop. O texto sugere que, apesar de sua habilidade em se reinventar e se adaptar, Drake pode estar perdendo o controle da narrativa em torno de sua persona. Sua estratégia de provocação e confronto, que funcionou no passado, parece estar falhando diante da força e da precisão dos ataques de Lamar.
Enquanto Lamar celebra sua vitória simbólica no Super Bowl, Drake enfrenta um momento delicado em sua carreira. O processo contra a Universal Music Group é visto por muitos como um movimento desesperado, que tenta retirar “Not Like Us” do contexto cultural em que existe. No entanto, a música já se estabeleceu como um marco na história do hip-hop, e sua execução no Super Bowl só reforçou seu impacto.