Mundo Negro

Justiça proíbe reprodução de ‘Million Years Ago’, de Adele, por semelhança com música ‘Mulheres’, composta por Toninho Geraes

Foto Adelle: Getty Images/ Foto Toninho Geraes: Arquivo Pessoal|Divulgação|CP/ Foto Martinho: MIRO/Divulgação

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que a música Million Years Ago, da cantora britânica Adele, não poderá ser reproduzida ou comercializada no Brasil ou no exterior sem a autorização do compositor brasileiro Toninho Geraes que acusa a cantora de plagiar a canção Mulheres, composta por Geraes e que ficou conhecida na voz de Martinho da Vila. A decisão, que ainda cabe recurso, estipula multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

A canção foi popularizada por Martinho da Vila em 1996, e aponta semelhanças entre sua obra e a faixa de Adele, lançada em 2015. Segundo a sentença do juiz Victor Agustin Cunha, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, há “quase integral consonância melódica” entre as composições. A análise foi embasada por especialistas e comparações técnicas que identificaram o que o magistrado chamou de “indisfarçável simetria”.

Notícias Relacionadas


A decisão judicial determina ainda que plataformas digitais removam a faixa de seus catálogos, mas essa medida só será efetivada após a notificação oficial dos serviços, cuja data ainda não foi definida. Até o momento, a gravadora Sony Music, responsável por Adele, não se manifestou. Em entrevista para o portal Splash Uol, o advogado de Geraes, Fredímio Trotta, reforçou que trata-se de “uma vitória histórica não só para o caso, como para a música brasileira”. “A decisão é histórica, dado o seu alcance, porque foi tomada no início do processo”, afirma o advogado. “Ela foi fundamentada, em grande parte, na prova que produzimos [em vídeo que compara as músicas; veja abaixo], citada pela decisão do juiz.”, contou ele.

Toninho Geraes tornou o caso público em 2020, mas só em fevereiro de 2024 a denúncia chegou à justiça do Rio de Janeiro. O compositor pediu indenização de R$ 1 milhão e o reconhecimento de seus direitos autorais sobre a música. O cálculo dos valores a serem pagos ao compositor depende de dados confidenciais sobre vendas e audiência, que poderão ser obtidos mediante autorização judicial. Adele, o produtor Greg Kurstin e as empresas Sony, Universal e Beggars Group, que registraram a música da cantora podem recorrer da decisão que impede reprodução.

Ao jornal O Globo, o advogado de Toninho, afirmou que buscou um acordo extrajudicial antes de acionar a Justiça, mas não obteve retorno de Adele. As gravadoras envolvidas argumentaram que apenas distribuem as obras e não têm responsabilidade sobre sua composição. Trotta contesta, afirmando que essas empresas lucraram com o suposto plágio e, portanto, devem ser responsabilizadas.

Notícias Recentes

Participe de nosso grupo no Telegram

Receba notícias quentinhas do site pelo nosso Telegram, clique no
botão abaixo para acessar as novidades.

Comments

Sair da versão mobile