Os policiais militares Rodrigo Correia de Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano serão submetidos a julgamento no Tribunal do Júri pela morte da modelo Kathlen Romeu, de 24 anos, ocorrida em 8 de junho de 2021 durante uma ação no Complexo do Lins, zona norte do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada pela juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal, na terça-feira (25), que considerou haver provas suficientes para levar o caso a julgamento.
Kathlen Romeu, que estava grávida de 14 semanas, foi atingida por um tiro de fuzil no tórax enquanto visitava sua avó na comunidade. A juíza baseou sua decisão no laudo de necropsia e em exames periciais que comprovam a materialidade do crime, além de elementos técnicos que indiciam a participação dos policiais, como o laudo de reprodução simulada dos disparos. A data do julgamento ainda não foi definida.
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Os dois policiais aguardarão o julgamento em liberdade, já que não receberam prisão preventiva. O caso gerou grande comoção pública e mobilizou movimentos sociais, que denunciam violência policial em comunidades. Na época, a Polícia Militar alegou que os agentes foram atacados por criminosos e revidaram, mas testemunhas contestaram essa versão, afirmando que não houve troca de tiros. A família de Kathlen busca justiça desde então.
Esta será a etapa decisiva para determinar se os PMs serão condenados ou absolvidos pelo homicídio da jovem grávida. Organizações de direitos humanos acompanham o caso e pressionam por uma apuração rigorosa, num momento em que operações policiais em comunidades do Rio continuam resultando em mortes de civis.