Com mais de 120 projetos realizados em 17 estados do Brasil e em três países, João Gabriel é um dos principais nomes da nova geração da arquitetura brasileira. Em 2025, foi reconhecido pela Casa Vogue como um dos 50 arquitetos mais relevantes do país. Criador de A Sala Preta, a primeira mentoria gratuita voltada exclusivamente para arquitetos negros, João vem construindo uma rede potente de trocas, pertencimento e transformação dentro do mercado.
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Na sua segunda participação na CASACOR Bahia, o arquiteto apresenta ‘O Ateliê de Tebas’, um ambiente que não apenas ocupa espaço, mas também resgata memórias e propõe novos futuros. A inspiração vem de Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas — homem negro, mestre de obras e arquiteto responsável por construções emblemáticas no Brasil colonial do século XVIII, especialmente em São Paulo. Mesmo com um legado significativo, sua trajetória foi invisibilizada por séculos e só recentemente passou a ser reconhecida pela história oficial.
Inspirado pelo tema “Semear sonhos”, o ateliê imagina um presente em que Tebas não é exceção, mas ponto de partida. Com estética retrofuturista e linguagem visual marcada por madeira escura, curvas, verde profundo e amarelo queimado, o espaço valoriza o tempo como elemento central. Marcas do passado, como ladrilhos antigos, madeira e paredes de adobe, são preservadas e exibidas como parte da narrativa. A tecnologia também se faz presente: os notebooks de alta performance da Avell mantêm o ambiente em pleno funcionamento criativo.
Sem registro oficial do rosto de Tebas, João Gabriel convidou três artistas negros para preencher esse vazio com arte e representatividade. Emerson Rocha (@de.saturno), Rynnard (@rrynnard) e Elson Júnior (@elsonjuniorr) assinam obras que ocupam o ambiente com corpos e faces negras, resgatando memória pelo campo da imaginação. Um mural criado pelo próprio arquiteto retrata Tebas ao lado de arquitetos negros contemporâneos — num gesto simbólico que propõe: e se fossem eles os ancestrais?
O Ateliê de Tebas é mais que um espaço expositivo. É parte de um movimento que reposiciona narrativas, celebra a presença negra na arquitetura e afirma: sonhar é um ato coletivo, e profundamente político.
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