A Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, decidiu nesta terça-feira (13) bloquear as redes sociais das influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves por seis meses após serem acusadas de racismo por vídeos que ofereciam banana, macaco de pelúcia e dinheiro para crianças negras.
A liminar da juíza Juliana Cardoso Monteiro de Barros obriga que os perfis e também os conteúdos sejam bloqueados enquanto as duas são investigadas pelo Ministério Público por infrações contra o Estatuto da Criança e do Adolescente por gravar crianças em “situações vexatórias e degradantes”. As influenciadoras também estão proibidas de criar outras contas, sob pena diária de R$ 5000.
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Um dos motivos destacados pela juíza para a decisão é a ampla repercussão da imagem, o número expressivo de seguidores, uma soma de 14 milhões no Instagram, Tik Tok e Youtube, e também a possível monetização.
“Como bem consignado na peça inicial, as redes sociais das requeridas nas plataformas YouTube, Instagram e TikTok somam cerca de 14 milhões de seguidores, o que fez com que as publicações tivessem ampla repercussão. Frise-se ainda que a ampla repercussão e disseminação das publicações podem ter sido “monetizadas”, trazendo além da grande visibilidade, lucros financeiros às requeridas às custas de situações que afrontam direitos fundamentais, tais como a dignidade da pessoa humana”, destacou.
Kérollen e Nancy prestaram depoimento nesta segunda-feira (12) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro do Rio de Janeiro, mas não se pronunciaram à imprensa.
As duas enfrentam cinco inquéritos na Polícia Civil, quatro por injúria racial na Decradi e um por injúria na 74ª DP, em Alcântara, em São Gonçalo.