A trajetória da maior casa de asè que já existiu em Maringá – e uma das maiores do estado do Paraná – tornou-se tema de filme. A partir de pesquisas, relatos e entrevistas com filhas e filhos de santo e frequentadores, o documentário conta a história da casa de candomblé Ilê Asè Oyá e também de sua Yalorixá, a Yá Sandiá – Mãe Lurdes.
“A nossa intenção é preservar a memória da Mãe Lurdes e do Ilê, enquanto espaço de reprodução e manutenção da cultura negra em Maringá”, destacam os realizadores.
Notícias Relacionadas
O terreiro, localizado no Jardim Alvorada contou com toda a estrutura necessária para a prática do culto, desde o barracão – onde são feitos os xirês e as cerimônias abertas – até as casas dos orixás, árvores e folhas sagradas. Essas dimensões físicas denotam sua a importância e relevância social, cultural e religiosa.
O filme traz relatos importantes da biografia da sacerdotisa do Ilê Asè Oyá, que foi a principal referência local de candomblé e da cultura negra, marcando a história e o desenvolvimento das religiões de matriz africana em Maringá. “Aqui, não conhecemos muito sobre a história afro-brasileira, principalmente das religiões de matriz africana, como o candomblé. A Mãe Lurdes conquistou espaços institucionais na cidade, mas pouco se fala sobre ela”, destaca Felipe de Moraes, que assina a produção executiva do documentário e idealizou o projeto junto com Caio Emílio Soares.
Para os realizadores, os principais objetivos da produção audiovisual Ilê Asè Oyá são a preservação da memória oral ligada à ancestralidade, religiosidade, cultura afro-diaspórica e também o registro do patrimônio histórico cultural imaterial da cultura negra em Maringá. “O candomblé e as religiões de matriz africana de modo geral, utilizam-se da tradição oral como via de reprodução e transmissão dos saberes e da tradição. Quando um sacerdote morre e o trabalho feito por ele ou ela dentro de um axé não tem continuidade – como é o caso do Ilê Asè Oyá e da Yá Sandiá – todo aquele saber, toda aquela tradição, acaba morrendo junto. Por isso a necessidade de documentar e imortalizar a Mãe Lurdes e o Ilê. Esse projeto foi enquadrado na categoria de patrimônio cultural justamente pela abordagem documental do filme”, explica Caio Emílio, que assina a direção cinematográfica.
Contemplado na categoria Patrimônio, “Ilê Asè Oyá – O filme” foi produzido com verba de incentivo à cultura, Lei Municipal 9160/2012 – Prêmio Aniceto Matti. A estreia do documentário “Ilê Asè Oyá – O filme” será no dia 20 de dezembro. A transmissão acontecerá às 20 horas, pelo YouTube.
SERVIÇO
“Ilê Asè Oyá – O filme”
Estreia: 20/12/2020, às 20h, via YouTube
Facebook: www.facebook.com/ileaseoyaofilme
Instagram: https://www.instagram.com/ileaseoyaofilme
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCtN0lT63w7HoKJcKvHsevJQ