O internauta que acessar o Google nesta segunda-feira (21), poderá ver um Doodle de aniversário da psicanalista e socióloga Virgínia Leone Bicudo. Nascida em 21 de novembro de 1910, a brasileira foi pioneira no estudo de questões raciais no Brasil.
Filha de imigrante italiana, Giovanna Leone, que trabalhava como empregada doméstica e Theóphilo Júlio, escravo alforriado, que teve o sonho de ser médico negado por ser um homem negro.
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Em 1930, a paulista fez um curso de educação em saúde pública e começou a trabalhar como atendente psiquiátrica. Em 1938, foi a única mulher a obter o bacharelado em ciências sociais na Escola Livre de Sociologia e Política.
Na mesma instituição, em 1945, Virgínia defendeu a tese de mestrado, “Estudo de atitudes raciais de pretos e mulatos em São Paulo“, que ficou marcada como o primeiro trabalho a ter relações raciais como tema.
Com esses estudos, a socióloga foi convidada para participar de um projeto de pesquisa da Unesco que analisa a raça em diferentes países. A conclusão foi que não havia democracia racial no Brasil, mas ela foi impedida de publicar o trabalho porque o orientador não concordava com a conclusão.
Ela foi uma das fundadoras de sociedades de psicanálise no tema em São Paulo e em Brasília. Entre eles a entidade Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, na qual foi diretora entre 1960 e 1970. Na década de 60, Virgínia foi eleita presidente da segunda diretoria do Instituto de Psicanálise. Ela se tornou a primeira pessoa sem formação médica a ser reconhecida como psicanalista.
Virgínia também foi uma das primeiras professoras universitárias negras do país, com aulas ministradas na Universidade de São Paulo, na Santa Casa e na Escola Livre de Sociologia e Política. E publicou alguns dos artigos sobre as relações raciais e o racismo. A psicanalista morreu em 2003, aos 92 anos, na cidade de São Paulo.