As doações recebidas por Wesley Teixeira para sua campanha para vereador na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense pelo PSOL não foram celebradas por todo mundo. O valor de R$ 78 mil reais doados à Teixeira foi composto pelas contribuições de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, Beatriz Bracher , Banco Itaú, e o cineasta João Moreira Salles.
A origem desse dinheiro feriria o estatuto do partido que diz que “não serão aceitas contribuições e doações financeiras provindas, direta ou indiretamente, de empresas multinacionais, de empreiteiras e de bancos ou instituições financeiras nacionais e/ou estrangeiros”. Essa questão estatutária virou um argumento usado por uma ala do PSOL para pedir impugnação da candidatura de Walter.
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De acordo com a UOL o Deputado Marcelo Freixo defendeu a doação de Wesley e ameaçou deixar o PSOL caso o candidato a vereador sofra retalhação. “Se formalizarem alguma tentativa de impugnar a sua candidatura, Wesley, eu saio do PSOL, porque não tem condições de eu ficar em um partido que não vê o tamanho do que você representa para a democracia brasileira”, disse ele.
“Ele recebeu ajuda sem nenhuma contraproposta, sem nenhuma condição. Estamos vivendo um momento de enfrentamento de extrema-direita em que temos que dialogar com setores mais amplos”, argumentou Freixo ao colunista Chico Alves da UOL.
Wesley Teixeira comenta a doação
Por meio do Instagram Wesley Teixeira deu mais detalhes sobre a grande repercussão das doações para sua campanha . “Muitos companheiros e companheiras de anos de luta vieram cobrar de mim um posicionamento: ‘vai receber dinheiro de banqueiro, Wesley?’ – e com toda a razão. Ao longo dos últimos dias tenho conversado com todos aqueles que fazem parte da construção coletiva não só da minha campanha, que se iniciou há poucos dias, mas de toda a minha trajetória militante”, disse o candidato.
Teixeira saiu do Insurgência, organização interna do PSOL, que defende que ele tem que devolver todo o valor doado pelos banqueiros.
“Existe também a discussão sobre financiamento de campanha, que todos os partidos investem de forma desigual entre candidaturas negras e brancas. Reflexo do sistema racista feito para impedir negros e negras de acessarem espaços de poder.
É por isso que este dinheiro será usado em uma campanha de afirmação da vida, de ocupação preta pra chegar na Câmara Municipal de Duque de Caxias e combater a política de morte das mesmas famílias que governam esta cidade, para eleger um mandato comprometido com os movimentos sociais, com controle e participação popular, para pensar uma cidade para se viver e não para o lucro”, defendeu Teixeira.
O PSOL ainda não formalizou a impugnação da candidatura de Wesley.