Jovens negros são os que mais morrem. Seja por arma, seja por suicídio. Se eles são nosso futuro, não podemos falhar com eles.
Estudante de Serviço Social, Janete Oliveira Djassi, de 60 anos, conseguiu uma bolsa para fazer o curso universitário na FMU e diariamente se depara com jovens estudantes negros passando por ela.
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Nessa segunda-feira (6/12) ela resolveu, além de admirar a força de vontade desses jovens que estão contrariando as estatísticas, tirar uma foto com eles e imagem acabou viralizando nas redes sociais.
“Nós estudamos na mesma faculdade. Eles estavam andando na minha frente e eu achei lindo aquele grupo de meninos negros, contentes, felizes , conversando e quis cumprimentá-los. Eu tenho como meta de sempre que vejo meninos e meninas negras, ir até eles e elogiar. Quis saber deles, como eles estavam levando os estudos” , detalha Dona Janete.
Ela explica que foi uma boa conversa, onde eles falaram sobre seus cursos, alguns eram bolsistas e outros não. “Eu procuro com esse elogio e acolhimento mostrar para eles que eles são exemplo. Que eles saibam que são importantes e são referência para outros jovens. E por isso quis tirar a foto para mostrar para os meu neto e outros mais jovens”.
Muito politizada e consciente, Dona Janete diz que a imagem dos jovens negros é muito estereotipada. “Cada um de nós tem esse compromisso de incentivar esses jovens que estudam e que eles serão referências para outros jovens. Eles têm saber que nós mais velhos estamos aqui para protegê-los”.
Dona Janete lembrou da chacina de Paraisópolis, onde 9 jovens morreram depois de uma intervenção policial violenta durante um baile funk no último final de semana. “Infelizmente a gente comprova mais uma vez que o jovem mais visado, é o jovem negro”, finaliza a universitária.