Mãe Sylvia de Oxalá foi sem dúvida uma das principais defensoras e perpetuadoras da cultura africana e afro-brasileira na cidade de São Paulo. Em 1990, sua casa, Axé Ilê Obá, ” A Força da Casa do Rei”, foi o primeiro terreiro a ser tombado como patrimônio histórico da cidade de São Paulo.
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Para quem teve a oportunidade de conhecê-la como eu, testemunhar as suas andanças pelo Brasil e pelo mundo, para ter o reconhecimento da contribuição dos seus ancestrais para a cidade de São Paulo foi uma verdadeira aula de resiliência. Idosa, negra do Candomblé, Mãe Sylvia não aceitava não como resposta.
Uma das suas vitórias antes do seu falecimento em 2014, foi o Centro de Culturas Negras do Jabaquara, que no último dia 8 de junho, foi reconhecido como equipamento cultural da cidade de São Paulo. O espaço abriga o Sítio da Ressaca, que foi usado como casa de passagem de muitos negros escravizados, que ao fugir dos seus donos, passavam pela capital paulistana, rumo ao litoral do Estado de São Paulo, onde há registros de existência de alguns quilombos.
Graças aos esforços da Mãe Sylvia, o espaço ainda abrigou o Acervo da Memória e do Viver Afro-brasileiro, onde se podia encontrar um dos maiores acervos de livros e artefatos voltados à comunidade negra no Brasil, com muitas raridades. Boa parte desse material foi transferido para o terreiro de Mãe Sylvia.
O Projeto de Lei nº 663/17, do Vereador Eduardo, Matarazzo Suplicy – PT e sancionado pelo prefeito Bruno Covas renomeou o espaço de Centro de Culturas Negras do Jabaquara – Mãe Sylvia de Oxalá para Centro Municipal de Culturas Negras do Jabaquara – Mãe Sylvia de Oxalá – CCNJ.
Localizado à Rua Arsênio Tavolieri, 45, Distrito do Jabaquara, o local é sem dúvidas um dos mais antigos espaços de resistência negra de São Paulo.
Mais informações sobre esse espaço podem ser encontradas na página do Centro Cultural, no Facebook.